Segue-se um quadro demonstrativo dos encargos da província para 1957:

Circulação fiduciária e comércio bancário A circulação fiduciária, limitada a 120 000 contos, segundo o contrato de 3 de Agosto de 1929 entre o Estado e o Banco Nacional Ultramarino - banco emissor da província -, foi sucessivamente aumentada até 500 000 contos em 1945. Em seguida, reorganizado o Fundo Cambial pela Portaria Ministerial n.º 6, de 1 de Setembro de 1945, foi autorizado o banco emissor a, paralelamente com aquele, fazer a emissão, sem limite fixado, dos escudos necessários para a compra de cambial, notas e espécies monetárias, ou o seu equivalente em ouro.

Finalmente, o contrato de 16 de Junho de 1953 entre as mesmas entidades acima referidas pôs termo à vigência da citada Portaria Ministerial n.º 6, mas o novo regime não difere fundamentalmente do que vigorava anteriormente.

Segue-se o quadro da circulação fiduciária e respectivas reservas monetárias em cada um dos anos do quadriénio 1953-1956:

As operações bancárias efectuadas pela filial e dependências do Banco Nacional Ultramarino em Moçambique aumentam de ano para ano, elevando-se já a um nível revelador de uma íntima comparticipação na vida económica da província. Por isso, achamos interessante a reprodução que se segue - reprodução na íntegra - do balanço geral do banco emissor da província, referido a 31 de Dezembro de 1956:

Garantia de liquidabilidade:

A transformar ................. 35:522.646$01

Ouro-metal .................... 969:829.429$44

Letras descontadas sobre a praça

a menos de seis meses ..................... 138:016.542$56

Letras descontadas sobre a praças diversas ainda em carteira ......................... -$-

Letras descontadas sobre a praças diversas

Letras sobre o estrangeiro ................ 8:986.795$34

Devedores gerais a menos de seis meses .... 45:791.660$22

Contas correntes e empréstimos caucionados a Menos de seis meses ....................... 644:963.780$30

Agentes e correspondentes ................ 240:738.788$40

Fundo Cambial .......................... 1.966:992.760$40

Valores de conta da sede e dependências .1.051:449.773$52

Devedores gerais a mais de seis meses .... 29:318.712$85

Valores em conta com o Tesouro ......... 1.067:259.803$25

Passivo

Créditos exigíveis de pronto:

Emissão de notas e cédulas ................... 2.285:052.593$25

Notas e cédulas em caixa ..... 1.117:422.660$00

Notas e cédulas para inutilizar ..50:168.830$00

Notas utilizadas remetidas à sede 73:221.395$00

Notas e cédulas em viagem ....... -$- 1.240:812.385$00

Depósitos à ordem ..................... 452:716.374$00

Contas correntes e empréstimos caucionados -

Agentes e correspondentes ............. 730.670$41

Ouro-metal ..................969:829.429$44

Outras contas ............... -$- 1.966:992.760$40

Credores gerais a mais de seis meses........ 23:694.424$65

14.460:753.663$77

Observamos que o Fundo Cambial em 31 de Dezembro de 1956 era devedor ao banco emissor de 1.966:092.760$40, emitidos especialmente para aquisição de ouro em barra e diversas divisas, valores estes que estavam na caixa do banco em conta do mencionado Fundo.

Portanto, sendo de 1.044:240.208$25 o total da circulação fiduciária na mesma data, fácil é concluir ser essa circulação da exclusiva responsabilidade do Fundo Cambial e por este coberta, pelas suas próprias reservas, na razão de 188,3 por cento; se este facto já por si mesmo é digno de registo, maior relevo lhe merece ser dado se considerarmos ainda as reservas próprias do banco emissor, igualmente afectas a garantia da circulação fiduciária. E então os números a considerar serão já os dados pelo quadro seguinte.