Como se vê, as reservas de caixa vão muito além do limite mínimo legal de 20 por cento das somas dos depósitos à ordem.

Na província existem ainda duas caixas económicas, a saber: a do Montepio de Moçambique, garantida por ele próprio, e a Caixa Económica Postal, garantida pelo Estado.

Existe também uma instituição oficial de crédito aos agricultores, a Caixa de Crédito Agrícola, mas actualmente a sua actividade está muito reduzida, por falta de novos recursos financeiros.

São trás os bancos que funcionam na província: Banco Nacional Ultramarino, Standard Bank of South África, Ltd., e Barclays Bank (Dominion, Colonial & Overseas).

Comendo externo e balança de pagamentos Como se trata de uma das nossas mais importantes províncias ultramarinas, antes de entrarmos na exposição numérica do assunto em epígrafe, e justamente para que melhor se compreenda o que esses números, possam significar, vamos fazer algumas considerações acerca do que economicamente se passa em Moçambique, baseados não só em várias fontes de informação oriundas da própria província, mas também na observação quotidiana que a natureza das nossas funções torna possível.

Não se verificou qualquer alteração sensível na situação económica de Moçambique em 1956, tal como foi sumariamente descrita no meu último relatório, relativo a 1955. A agricultura, a indústria e o comércio continuaram em 1956 a lutar com dificuldades riu ordem vária. Mas, em conjunto, a situação da província apresenta-se mais firme e desanuviada.

As baixas cotações de certos produtos básicos da exportação da província e as dificuldades no escoamento e outros continuaram a constituir esco lhos cuja transposição nem sempre foi possível sem pesados sacrifícios. Mas o mecanismo da produção adaptou-se, tanto quanto possível, à baixa dos preços e a situação da agricultura de Moçambique melhorou.

Como a província é essencialmente agrícola, todos os outros sectores da sua vida económica sentiram o reflexo desta situação. No entanto, o comércio continua a braços com as pesadas consequências dos seus males tradicionais: exagerado crédito ao consumidor, práticas de exagerada concorrência. E um lugar comum atribuir -a uma e outra destas causas as dificuldades comerciais de Moçambique, que tão claramente se observam nas duas grandes cidades da província: Lourenço Marques e Beira. Também os males da província se atribuem por vezes ao apego com que os colonos e assimilados defendem um padrão de vida a que se acostumaram e que se assemelha ao que predomina nos territórios estrangeiros vizinhos e ao qual não querem renunciar, mau grado o rendimento de Moçambique não jus tificar um tão elevado nível de vida. Há indiscutivelmente algo de verdadeiro nesta dupla apreciação crítica à vida económica e social da província. Talvez esta lucrasse com uma reforma de hábitos comerciais, e está fora de questão, porém, não a necessidade de manter o actual nível de vida das populações moçambicanas, mas de o melhorar.

Noa termos fixados pelo Tratado de 11 de Junho de 1891, a demarcação da fronteira terrestre e lacustre entre Moçambique e os vizinhos territórios britânicos do Protectorado da Niassalândia tinha sido feita de forma pouco precisa. No ano findo, contudo, foi estabelecido um acordo novo de fronteiras, do qual resultou para o nosso país a posse de uma grande parte das águas do lago Niassa, tornando possível, por isso, a construção de um porto português nas margens daquele lago para drenagem dos produtos da Niassalândia através Aos distritos da nossa província.

Posto isto, apresentamos a seguir um quadro que nos mostra a posição da balança comercial no quadriénio 1953-1956. Relativamente a 1956, apresenta ela um defini de 1 230 922 contos, o que quer dizer que o valor das exportações cobriu apenas 55,4 por cento do valor das importações.

Há, porém, que dar a este déficit o seu verdadeiro significado: o de uma elevada percentagem do seu montante resultar de aquisições p tira apetrechamento da província. Segue-se o quadro:

(Ver Quadro na Imagem).

A posição da balança comercial apresenta, pois, um mal que deverá ser debelado, principalmente, pelo aumento de produção, não só para consumo interno como destinada aos mercados externos - e para tanto não faltam a província magníficas condições.

É interessante o quadro que segue, o qual nos elucida sobre o valor das mercadorias importadas e exportadas e da participação que nesse valor tiveram a metrópole, as outras províncias e o estrangeiro:

(Ver Quadro na Imagem).

e estoutro, que nos mostra a distribuição que houve dos saldos pêlos diversos territórios fornecedores e compradores, dando-nos assim a posição da balança de pagamentos nos últimos quatro anos.