Passivo
Créditos exigíveis de pronto:
Notas e cédulas em caixa......... $ 48:859.054,77
Notas e cédulas para inutilizar.. $ 30.025,00
Notas inutilizadas remetidas à
sede ........... $ 602.390,00 $ 49.492.069,77
Depósitos à ordem Letras a pagar...... $ 5:700.820,56
$ 40:700.708,39
Tesouro Público - Conta corrente...... $ 46:250.521,81
Diversas contas ..................... $ 68:793.919,11
Embora, como se disse atrás, a circulação fiduciária tenha em 1956 diminuído, devido à saída de reservas em outro e divisas, a proporção das reservas para aquela circulação e outras responsabilidades a vista excedeu em 31 de Dezembro de 1956 em mais de metade a percentagem legal - que nau pode ser inferior a 50 por cento -, conforme se pode apreciar no quadro seguinte:
(Ver quadro na imagem)
Mais precisamente, sobre propriamente o comércio bancário, podemos elaborar o seguinte quadro, confrontando os valores do sistema bancário nos quatro anos em referência - 1953, 1954, 1955 e 1956:
(Ver quadro na imagem)
Daqui se vê que continuam a aumentar os depósitos n ordem, o mesmo acontecendo com a carteira comercial e os empréstimos diversos, enquanto a posição das reservas de caixa continua muito acima do limite legal - 20 por cento.
E porque Macau passa por uma situação económica delicado, vamos estender um pouco mais nas nossas considerações acerca do movimento bancário, reflexo da vida económica da província.
Como é sabido, a crise económica que afecta Macau tinha forçosamente de ter naturais reflexos no volume de operações bancárias. Contudo, em 1956, graças ao volume das exportações da província para Angola e Moçambique, o montante destas operações elevou-se, como, aliás, se viu já nos quadros patentes.
O movimento global de depósitos elevou-se em cerca de 30 por cento: de $ 48:495.000,00 em 1955 para $ 64:329.000,00 em 1956.
O crédito acompanhou, por sua vez, o aumento verificado no movimento de depósito, como também o fizeram ,o movimento geral de letras sobre o estrangeiro, o de créditos abertos expedidos e o de saques e ordens de pagamento emitidas.
É notável o aumento, por exemplo, de saques sobre Goa, que de 6407 rupias em 1954 se elevou em 1956 a 149 745 rupias; sendo bastante curiosa a razão de tal aumento: é que os marinheiros goeses - boa gente sempre portuguesa! -, embarcados em navios das mais diversas nacionalidades, costumavam antigamente fazer as transferências das suas mesadas em Bombaim, mas posteriormente, devido não só à sua natural aversão pela hostil União Indiana como também aos entraves que esta opunha à sua realização, no intuito de nos criar dificuldades, passaram a utilizar Macau para tal fim.
Em resumo: constata-se que o movimento global da filial em Macau do Banco Nacional Ultramarino aumentou de $ 686:348.000,00 em 1955 para $ 865:597.000,00 em 1956. Houve, portanto, um aumento de 179 milhões de patacas entre os dois últimos anos, o que é realmente um auspicioso indício de melhoria económica.
Comércio externo - Balança de pagamentos
A economia de Macau sofre igualmente dos efeitos do desvio do seu movimento comercial para outros centros, em consequência das restrições já referidas. A sua imposição trouxe como consequência o agravamento da balança comercial, cuja evolução no quadriénio de 1953-1956 é apresentada no quadro seguinte:
(Ver quadro na imagem)
Quanto à importação, verifica-se que o seu valor em 1956 é superior ao dos anos anteriores, mas quanto à exportação dá-se o inverso, pois o seu valor em 1956 ó o mais baixo do quadriénio, correspondendo apenas a 9,25 por cento do valor da importação do mesmo ano, do que resulta avultado déficit na balança comercial.
O quadro seguinte mostra-nos que o aumento das importações verificado nos diversos anos do quadriénio em referência se deve sobretudo à classe das "Matérias-primas", em que está incluído o ouro fino. Quase todas as outras classes da pauta aduaneira acusam gradual diminuição na importação.