O nosso bom povo agradece sempre com fidalguia os benefícios que lhe fazem e concorre para eles com o que pode, em dinheiro e em trabalho.

Vozes: - Muito bem!

ar as exportações, que aumentaram, em quantidade e valor, a variação desfavorável das razões de troca também contribuiu para acentuar o desequilíbrio.

(Nesta altura assumiu a presidência o Sr. Deputado José Soares da Fonseca).

Indicamos no quadro que segue a repartição geográfica do comércio externo metropolitano nos anos de 1955 e 1956.

Nesse mesmo ano de 1956 o saldo positivo das transacções com as províncias ultramarinas aumentou e atingiu 608 000 contos.

O nosso comércio como o Canadá, deficitário em 1955, acusou superavit em 1956.

Examinando a evolução do comércio externo durante um longo período verifica-se a permanente e acrescida insuficiência das nossas exportações para fazer face às importações.

Pelo que respeita às importações constata-se um elevado grau de essencialidade das mercadorias que as constituem. Para a metrópole a importação de matérias-primas e de máquinas e aparelhos tem sido a causa do agravamento. As importações de maior relevo foram em 1956 os combustíveis sólidos e líquidos, com mais de 1 400 000 contos, o ferro e o aço, com 1 080 000 contos, os automóveis de carga e passageiros, com 779 000 contos, o algodão, com 720 000 contos, as máquinas e aparelhos industriais, com 679 000 contos, etc.

O nosso desenvolvimento industrial irá substituindo algumas importações p or mercadorias fabricadas dentro do País. Poderão ter papel de relevo a siderurgia, os combustíveis líquidos e sólidos do ultramar, o fabrico de automóveis e tractores, de que se estuda a instalação na metrópole, a produção de mais fertilizantes, utilizando os subprodutos da refinação do petróleo e da siderurgia, as indústrias de alumínio e fertilizantes no ultramar, etc.

É necessário um ataque frontal às causas do desequilíbrio e um esforço colectivo de grande amplitude através dum sério regime de trabalho para tomar medidas decisivas capazes de melhorar a situação.

Estamos a exportar dinheiro e a importar trabalho, com excedentes demográficos, que, por falta de ocupação, recorrem à emigração.

A unidade nacional constituída pela metrópole e as oito províncias ultramarinas tem de oferecer espaço económico para mais trocas, maior colocação de produtos e mais rica fonte de matérias-primas.

Há dentro da comunidade portuguesa potencialidades e possibilidade s que nos permitirão produzir mais e em condições melhores; teremos para isso de concretizar esforços no sentido de aproximar, de interligar cada vez mais, as economias de todos os territórios portugueses, de aquém e de além-mar, e prosseguir com regularidade os trabalhos do seu desenvolvimento e crescimento económico para elevação e prosperidade dos nativos e para que muitos milhares de portugueses possam demandar as nossas províncias ultramarinas com fortes probabilidades de êxito e povoar densamente as províncias portuguesas de África.

Os recursos potenciais à vista na metrópole e no ultramar são suficientes para nos dar lugar de relevo na economia europeia e até mundial.

Embora seja fácil enunciar princípios para melhorar o nosso comércio externo, a aplicação dos melhores métodos de exploração dos recursos potenciais do mundo português levanta muitos problemas que precisam de estudos sérios, tanto teóricos como práticos, principalmente para abarcar os nove territórios de caracterís-