b) Indústria mineira. - No que toca à indústria mineira, cumulativamente com a reorganização da indústria no quadro geral da reconversão industrial e a continuação das pesquisas do petróleo e gases naturais, há que prosseguir as realizações de fomento mineiro insertas no I Plano (reconhecimento das existências de antracites nacionais, averiguação doa recursos de minérios que interessam à indústria siderúrgica e de outros minérios essenciais e inventariação geral dos recursos mineiros do País).

No que se refere à Junta de Energia Nuclear: continuação dos trabalhos de prospecção e montagem de uma instalação para produzir urânio metálico.

Investimento total de 400 000 contos, sendo 300 000 contos para a acção da Junta. c) Indústrias-base e outras indústrias. - O que diz respeito às indústrias (indústrias-base, fomento de noras indústrias e reorganização industrial) será por nós versado, nomeadamente no que interessa ao problema máximo da reorganização industrial e fomento de novas indústrias, em comentário às bases VII e VIII.

Investimentos: Electricidade Em relação à electricidade, alguns tópicos bastam para medir a grandeza do realizado e do que se projecta. Viemos lamentavelmente com dezenas de anos de atraso em relação aos outros. Mas os seguintes dados são suficientes para se considerar a magnitude da obra em curso. Destaca-se do velho panorama português como um empreendimento de grande classe: Assim, os progressos já realizados: a potência instalada passou de 297 000 kW, em 1945, para í)74 000 kW, em 1906. A energia produzida passou de 546 000 000 kWh (da qual 36 por cento de origem hidráulica e 64 por cento de origem térmica, a partir quase toda de combustíveis estrangeiros) para 2 176 000 000 kWh em 1956 (com 93,6 por cento de origem hidráulica e o restante de origem térmica). Do total da energia obtida em 1956 verifica-se que 95,7 por cento é de fontes nacionais (energia de origem hidráulica mais a de origem térmica a partir de combustíveis portugueses). A taxa média anual do acréscimo de consumo entre 1 Mo e 1956 foi de 14,4 por cento (duplicação em cerca de cinco anos), taxa superior à da maioria dos países europeus. Algumas grandes barragens ficam, aos olhos de todos, com o valor de padrões comemorativos da grandeza do esforço feito.

b) Assim, o projectado no II Plano, continuado em tudo digno do seu antecessor, segundo do próprio enunciado já se depreende: Prosseguir-se-á, com efeito, na intensificação do aproveitamento dos nossos recursos hídricos, seguindo, sem desfalecimento, a construção de novas centrais;

2) Construir-se-á a rede de transporte que deve acompanhar a realização anterior e desenvolver a rede de grande e pequena distribuição, por forma a electrificação rural, por forma [...] a electrificação rural, [...]

3) Dadas as nossas irremovíveis matérias, não se descurará o apoio na medida do possível, deverá utilizará nacionais;

4) Não se perderá igualmente de vista que a produção, transporte e distribuição da energia formam um todo articulado, que exige desenvolvimentos correlativos. Nestes termos: espera-se atingir em 1964 a produção de 4000 GWh; haverá que ligar o programa de realizações do sistema hidroeléctrico com a construção da rede de transporte adequada ao escoamento da energia produzida e à interligação dos centros produtores (considera-se a integração da nossa rede na rede europeia, a través da interligação a 220 k V com a rede espanhola); relativamente à rede de grande distribuição (linhas de alta tensão até 60 kW) haveria, para o aumento previsto da energia vendida, que considerar uma ampliação da rede respectiva em 10 000 km, devendo ficar-se um pouco aquém, dada a capacidade normal da realização e os recursos disponíveis; relativamente à pequena distribuição, o seu desenvolvimento dependerá do aumento que se verificar no número de consumidores, prevendo-se que em 1964 haja mais 200 000 clientes do que em 1959.

c) Assim, o próprio volume dos investimentos: deverão gastar-se 4 500 000 contos nos seis anos (produção 3000000 de contos; transporte OCO 000 coutos 2; distribuição 1 000 000 de contos). Na execução do I Plano devem gastar-se, compreendendo a previsão para 1958, 4 730 000 contos - somas parecidas.

Mas, dada a maior amplidão do II Plano, já um melhor equilíbrio se estabelece na distribuição das verbas respectivas. A electricidade, que no ï Plano absorvia 41,2 por cento do total dos investimentos, passa no II Plano para 21,4 por cento desse total. Em relação aos transportes 4, havendo ficado o plano rodoviário fora do Plano de Fomento 5, este considera apenas os transportes ferroviários s os transportes marítimos 6.

a) Nos transportes ferroviários, duas categorizadas rubricas: a rede ferroviária nacional e o metropolitano de Lisboa. Quanto à rede ferroviária nacional, tanto tempo votada a um quase esquecimento: o prosseguimento da obra meritória empreendida nos últimos anos, ou seja a assistência efectiva do Estado à empresa concessionária e a electrificação da rede dos nossos caminhos de ferro, tão. tarde encetada. Assim é que, em

1 Sendo 2 830 000. contos para aproveitamentos hidráulicos e 170 000 contos para ampliação da central térmica.

2 Sendo para linhas 800 000 contos e para subestações 200 000 contos.

3 Sendo 400000 contos para a grande distribuição e 600000 contos para a pequena distribuição.

4 Formando quanto & metrópole um capitulo separado das comunicações (vide base II); o contrário no I Plano e no próprio II Plano quanto ao ultramar (vide base XV).

5 Vide base I, n.º 3.

6 Os investimentos referentes a portos, aeroportos, comunicações telefónicas e ponte sobre o Tejo fazem parte do capítulo das comunicações.