b) INDÚSTRIAS - 1) Carta geológica.- Necessidade, proclamada pelo parecer, de acelerar os seus trabalhos, para cuja conclusão o Plano prevê, como já vimos, 10 000 contos. Nota do parecer, com o seu pitoresco, pelo que respeita aos usos comuns:

Em relação com a publicação da carta geológica está o problema da instalação dos respectivos serviços. Há, pelo menos, quinze anos que se estuda a sua saída dos locais incríveis que ocupam no 2.º andar e no sótão da Academia das Ciências; não se sabe mesmo se os pavimentos foram calculados para a carga de pedras e fósseis que lá se armazenam. A Câmara Corporativa apela para o Governo no sentido de acabar com tal indecisão, dando morada conveniente a estes serviços, que têm atrás de si uma honrosa tradição e à frente um vasto programa. Siderurgia. - O projecto actualmente em execução e a completar na vigência do novo Plano, sendo grandioso e marcando uma data notável na vida económica do País, não há-de levar-nos a esquecer a necessidade de estabelecer e actualizar um balanço sereno em relação às necessidades nacionais. Pode prever-se que, em 1964, a capacidade de produção instalada mal permitirá satisfazer metade do consumo interno, agravando-se ainda sensivelmente, em relação ao momento actual, a posição do sector siderúrgico na balança comercial metropolitana. Impõe-se, desde já, portanto, a projecção de alargamento das novas unidades siderúrgicas, se quisermos evitar estrangulamentos importantes no processo de desenvolvimento da economia portuguesa.

3) Refinação de petróleos. - Não se pode avaliar com muita precisão se o aumento da capacidade da refinaria de l 200 000 t para l 500 000 t cobre ou não as necessidades do País até 1964. Mas como a obrigação da concessionária é limitada a 50 por cento do consumo interno e como a refinaria de Luanda será presumivelmente muito ampliada dentro do próximo sexénio, não parece prudente impor à refinaria de Lisboa capacidade maior. O assunto requer estudo mais minucioso, em que se atenda a todos os factores em jogo.

As duas verbas atribuídas, respectivamente, para a ampliação referida e para o equipamento parecem ser de manter.

4) Fabrico de celulose. - Quando se fundou a Companhia Portuguesa de Celulose fizeram-se previsões um tanto alarmantes quanto ao seu consumo anual de 100 000 t de madeira, que iria afectar a regular exploração do pinhal português. Mas este ocupa 1200 000 ha e a floresta suportou galhardamente o corte. Dado, porém, que no momento presente se observa sobreprodução da pasta de pinheiro, a aludida Companhia e mais duas, que lhe vêm fazer concorrência, estão empenhadas na produção de pasta de eucalipto. E aí já é assunto de alguma reflexão se as 300 000 t anuais de madeira não afectarão os 100 000 ha do nosso eucaliptal. De tudo, aliás, se infere que a oferta tende a alargar-se, mas o acima mencionado consumo maciço das 300 000 t por ano é de ordem, se não a dificultar a montagem das fábricas, pelo menos a seguir com cuidado o assunto. O custo das duas fábricas está avaliado em 550 000 contos; o Plano inscreve apenas 370 000 contos. A diferença deve ser coberta por capital estrangeiro ou salvaguardada por um escalonamento nos pagamentos que excedam 1964.

5) Fomento de novas indústrias. - Consideradas no nosso comentário às bases VII e VIII as observações feitas no parecer.

6) Reorganização industrial. - Idem, idem. c) ELECTRICIDADE. - Com grande minúcia de considerações técnicas, o parecer entende que devem ser alterados da seguinte forma os investimentos inscritos no Plano:

(ver tabela)

Com a produção e transporte gastar-se-iam os mesmos 3 500 000 contos.

Na distribuição é que há uma diferença para mais de 700 000 contos.

Manter para a distribuição as verbas modestas consignadas no Plano, além de consagrar números que não significam nada, tem o inconveniente de poder impedir emissões de títulos de empresas distribuidoras com o fundamento de que a verba se esgotou ou está comprometida: má recomendação.

Inscrita na distribuição a verba de l 700 000 contos, importa que as parcelas atribuídas à grande e pequena distribuição não sejam rigidamente separadas, mas que antes se possam mutuamente transferir os saldos que apresentem: são dadas no parecer razões convincentes.

O parecer conclui o capítulo refere até à electricidade dando inteiro apoio ao Plano na sua decisão de não considerar a electrificação agrícola, mas apenas a alimentação de povoações; esta última tarefa é urgente, enquanto a primeira é aspiração ainda mal definida, sobre o muito que pode custar e o pouco que pode servir. E o parecer termina remetendo para o III Plano ... a eventualidade da experiência.

1.º A imperiosa necessidade de acabar com os estrangulamentos causados pela via única nos troços Fátima - Albergaria e Gaia - Campanhã ;

2.º A possível escassez da verba de 190 000 contos para a conservação da via e renovação das pontes da Beira Baixa;

3.º A sugestão de que a substituição das pontes da Beira Baixa traga consigo a das pontes da linha do Leste;

4.º Que as novas pontes não venham do estrangeiro, como as da Beira Alta; há em Portugal capacidade para as projectar e construir; acresce ainda a necessidade de se não perderem ocasiões de trabalho;

5.º O parecer entende que a rubrica «Conservação da via e das pontes» [mapa IV, n.º 1),