sucede com a carta agrícola e florestal, ter-se-á de realizar ainda um conjunto de operações até tornar possível a impressão da respectiva carta.

4) Carta de capacidade de uso do solo (dois mapas). O primeiro mapa refere-se à área estudada, o segundo à área verificada. A área estudada abrange, grosso modo, o Alentejo e o Algarve.

A área verificada limita-se aos concelhos de Cuba, Beja, Castro Verde e Mértola.

A indispensabilidade desta verificação se fez referência quando se tratou da carta de capacidade de uso do solo. As cartas agrológicas têm, como se infere do que expusemos, um lugar inteiramente à parte da restante cartografia.

Não queremos, no entanto, deixar de nos referir às diversas realizações portuguesas em matéria cartográfica, datando algumas, como se verá, do fim do século passado:

Segue a lista respectiva: Carta agrícola e florestal de Portugal. Publicada em 1910, na escala l: 500 000, pela Direcção dos Serviços da Carta Agrícola, sob a orientação de Pedro Romano Folque. Teve por base as pranchetas corográfico-agrícolas levantadas de 1882 a 1905;

b) Carta geológica de Portugal. Publicada em 1899, na escala l: 500 000, pela Direcção dos Trabalhos Geológicos, sendo os seus autores J. F. N. Delgado e Paul Choffat. Levantada em parte sobre as folhas da carta corográfica do País e em parte coordenada sobre a carta geológica publicada em 1876 por C. Ribeiro e J. F. N. Delgado.

c) Carta corográfica de Portugal. Publicada em fins do século passado e princípios deste, na escala l: 100 000.

d) Carta hipsométrica de Portugal. Publicada em 1976, na escala l: 500 000, pela comissão dos serviços geológicos. Foi baseada na carta corográfica, na escala 1:100000.

e) Carta xilográfica de Portugal. Publicada em 1876, na escala 1:225000, por B. Barros Gomes, em Cartas Elementares de Portugal para Uso das Escolas, 1878.

Embora já antigas, todas estas cartas têm interesse geral, mas sem pormenores, pois as escalas em que foram feitas são demasiado grandes. Assim, nas cartas agrícolo- floresta , geológica e hipsométrica l cm corresponde a 5 km e na xilográfica a 22,5 km.

A carta corográfica, que tem sido a carta topográfica-base, está sendo substituída com vantagem pela magnífica carta de 1:25 000 do Estado-Maior do Exército.

Esta última é que tem servido de base para a nossa carta de solos. Em 1947 foi presente à Câmara Corporativa, pelo Ministro da Economia, uma proposta de lei para a elaboração de uma carta de solos.

Essa proposta de lei teve parecer favorável da Câmara Corporativa, mas não teve, infelizmente, seguimento.

A esse parecer recorremos várias vezes, no decurso da nossa exposição. A base XIV tem assim um demonstrado alcance. Caberá ao II Plano de Fomento o completar o reconhecimento agrário do País e promover a publicação da carta agrícolo-florestal, da carta de solos e da carta de capacidade de uso.

Será bom que as verbas previstas consintam fazê-lo.

Trata-se do primeiro passo para se promover o planeamento agrário, e na sua fase preliminar. A carta de ordenamento virá depois. Se é indiscutível a urgência da publicação das diferentes cartas atrás enunciadas - sem essa base não se pode trabalhar a sério -, não deixa de ter interesse uma notícia do que já se gastou entre 1950 e 1957 com o serviço de reconhecimento agrário. Segue a nota que pudemos apurar das referidas despesas, em dois quadros, o primeiro por anos e o segundo por decomposição dos gastos.

Decomposição por anos

Global das despesas. ............. 4:251.444$00

1951. ............. 4:005.773$20

1952. ............. 3:980.440$10

1954. ............. 4:908.011$50

1957. ............ .5:451.667$90

Total ............ 39:463.727$40

Decomposição por despesas

Subsecretariado de Estado

Soma ..... 29:019.525$60

Subsecretariado de Estado

Ministério das Obras Públicas. ............2:242.000$00

Soma ..... 10:444.201$80

Total . . . . . 39:463.727$40

Duas anotações que se impõem:

As despesas com o pessoal ao serviço do reconhecimento agrário têm de ser consideradas despesas que de qualquer maneira seriam feitas, visto tratar-se de pessoal do Ministério não recrutado especialmente para esse serviço. Em todo o caso, só as outras despesas excedem a dezena de milhares de contos.

Seria acaso, além do mais, admissível que uma tão considerável soma de dinheiro gasto - e aliás bem gasto-, representada pelas cartas já acabadas ou em via de execução, de tão produtivo alcance, ficasse inutilizada, com o rótulo de sucata, perdidas aquelas em gavetas de uma Secretaria de Estado ? Não sabemos se a fórmula «A bem da Nação» oferece sempre cobertura ou remate não díspar do texto a que respeita. Neste caso, pelo menos, haveria concordância visível.

Sistematização do Plano A base XV encontra-se redigida do modo seguinte:

A parte do Plano de Fomento referente a cada província ultramarina será organizada de forma a