das eventuais variações nos preços de custo durante o sexénio.
Assim, no que respeita ao encargo com o repovoamento dos terrenos particulares e correcção torrencial, por exemplo, afigura-se que a verba inscrita é insuficiente pura a cabal execução do trabalho previsto.
E os encargos com o fomento piscícola ficam relegados para os orçamentos ordinários da Direcção-Geral competente. Conhecidas como são as limitadas possibilidades dos orçamentos normais para novos empreendimentos de certo vulto e a realizar em curto prazo para que sejam reprodutivos, pergunta-se: não haveria vantagem em este e outros casos similares serem incluídos no II Plano de Fomento?
Para a investigação aplicada à pecuária e campanhas profilácticas e curativas destinam-se 6000 e 84 000 contos, respectivamente. Considera-se que esta verba não pode acorrer aos encargos substanciais que o apetrechamento dos organismos de fomento e melhoramento, instalações laboratoriais, aquisição de reprodutores, inseminação artificial, melhoramento da qualidade do leite, etc., justificariam.
As mesmas considerações se aplicam no caso do fomento agrícola. Apenas lhe é consignada concretamente a verba de 36 000 contos para a defesa sanitária das culturas e dos produtos armazenados, outros 36 000 contos para a investigação aplicada ao fomento agrícola e 12 000 contos para a publicação das cartas do reconhecimento agrário.
E como poderão os serviços ligados a este sector dar realidade a alguns dos temas considerados neste projecto e nas sugestões deste parecer, sabida a proverbial escassez de verba para novos empreendimentos desta Direcção-Geral e a falta de equipamento a que já se aludiu no parecer subsidiário do I Plano de Fomento, apesar do caminho percorrido nos últimos anos?
De facto, não será arrojado dizer-se que, para estruturar os meios que garantam uma assistência técnica larga e eficiente, a instalação de «explorações-piloto», o fomento da fruticultura, a correcção e enriquecimento do solo, o estabelecimento de centros de cultura mecânica de finalidade experimental e orientadora, os estudos numerosos e intensivos que a adaptação ao regadio das terras a beneficiar pelos novos aproveitamentos hidroagrícolas pressupõe, não é possível coutar apenas com as dotações dos orçamentos normais, salvo substancial consignação de verbas para os fins em causa.
A secção não esquece os limites que a prudente apreciação das possibilidades financeiras do País impõe a quem assume á responsabilidade de um plano da envergadura do presente. E sabe também que a não dotação, ou sua insuficiência, de alguns dos empreendimentos previstos, não significa a sua exclusão adentro do período de vigência do Plano. Mas formula o seu voto de que, entre outras, as verbas destinadas a investimentos com a investigação e experimentação e ao fomento dos sectores da agricultura, da pecuária e da silvicultura, e campanhas de sanidade, possam vir a ser reforçadas numa grandeza na ordem dos 500 000 contos, o que se afigura não ser exagerado, em face dos numerosos e urgentes aspectos a considerar.
E, pela sua larga projecção, advoga o aumento do reforço do Fundo de Melhoramentos Agrícolas.
problemas fundamentais que considera, quer pela importância dos investimentos.
Entende a secção ser de elementar justiça pôr em foco o esforço que representou a elaboração do II volume do Relatório Preparatório do Plano e o texto do projecto do Governo em apreciação e congratula-se pelo alto nível do trabalho que lhe foi dado examinar.
A secção dá a sua aprovação ao Plano.
Entretanto, propõe:
I):
b) Que sejam consideradas as sugestões que constam do parecer e que visam a um melhor aproveitamento da matéria do projecto;
c) Que os serviços adquiram a estrutura que assegure a sua mais eficiente participação nos trabalhos;
d) Que possam ser reforçadas no decurso do Plano as verbas agora consideradas, no intuito de se conseguir a sua realização no mais curto prazo;
e) Que as obras de fomento consideradas sejam conduzidas com a decisão e prudência necessárias e de forma a permitir a valorização e o equilíbrio da agricultura e da vida rural das várias regiões do País.
Joaquim Prates Ribeiro.
José Joaquim Frasquilho.
José Martins de Mira Galvão.
António Paiva Carvalho.
Manuel Cardoso.
Caetano José Ferreira Júnior.
Manuel de Almeida de Azevedo e Vasconcelos (desejo deixar expresso o meu pensamento acerca do seguinte:
A diminuição da mão-de-obra agrícola, hoje ainda, em regra, abundante e de baixa remuneração, em consequência do atraso geral do nosso desenvolvimento económico, mas outra remuneração não comportando a rendabilidade das explorações, é objectivo sem dúvida a procurar atingir-se. Mas tal deverá resultar do progresso dos demais sectores activos que subtrairão à agricultura o seu actual excesso de mão-de-obra, não devendo por puro espírito de imitação aconselhar-se técnicas avançadas inadaptáveis ao nosso meio por anti-sociais.