(...) sumida. Nem à economia das empresas produtoras, nem à das empresas electroquímicas, nem, portanto, à economia do País, convém perder a água; mas como só se vende para tais usos, prudente e honestamente, aquilo que está em excesso sobre o necessário para os consumos permanentes (e de outra forma seria péssimo negócio), parece dever atribuir-se ao capricho dos meteoros, e não a uma exploração defeituosa, a situação tangente (quando não secante) em que às vezes se cai no fim do ano.

Vamos, porém, aos números. O relatório final considera, muito justamente, sujeitos a correcção os valores que aponta para a indústria siderúrgica e que suo os que se indicavam há dois anos para a Siderurgia Nacional no conjunto das instalações norte e sul. Mas abandonada por esta (pelo menos por agora) a via eléctrica para a produção de gusa e limitada a um só forno de 12 000 KVA para a produção de aço na instalação sul (com um consumo que se computa em 24 GWh), nada constando ainda so bre a instalação norte, verifica-se que ficamos muito aqui m dos valores de há dois anos.

Em contrapartida, nas outras indústrias deste grupo são de prever consumos superiores, por dois motivos. Por um lado, alguns aumentos de potência das fábricas se fizeram ultimamente e alguns estão previstos em prazos curtos; por outro lado, as abundantes produções de fio de água nas centrais do Douro nos próximos anos e as condições favoráveis de exploração da nova central térmica da Tapada do Outeiro - até onde o nível de preços o consinta - permitem prever que em cerca de 50 por cento dos anos se poderá assegurar o fornecimento ao longo de doze meses da energia não permanente, o que permitirá melhorar de maneira sensível as utilizações obtidas até agora.

São nove as empresas presentemente interessadas no fornecimento, em. maior ou menor escala, de energia não permanente. São elas: Amoníaco Português, União Fabril do Azoto, Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos, Empresa In dustrial do Freixo, Soda Póvoa, União Industrial Têxtil e Química, Minas de Vila Cova, Companhia União Fabril e Siderurgia Nacional. Que saibamos, mais uma, a Fábrica Dragão-Dilumit, se prepara para entrar em poucos anos nesta categoria de consumidoras, com a produção do carboneto de silício.

A partir do programa de cada uma destas empresas foi possível actualizar e resumir no quadro seguinte a previsão dos consumos (referidos à produção) deste tipo de energia, todos eles, como é ocioso referir, alimentados a partir da rede interligada:

Produção para satisfazer os consumos não permanentes na rede interligada

(ver tabela na imagem)

Nos seis anos do Plano, o aumento global das necessidades da indústria electroquímica é, assim, estimado em 59 por cento (540 GWh em 1958 e 860 GWh em 1064), o que dá a média anual à taxa composta, de 8 por cento, valor menor que o atribuído aos consumos permanentes. Esta previsão do consumo das indústrias electroquímicas e electrometalúrgicas conduz à utilização média anual conjunta de cerca de 6000 horas da potência instalada; nas indústrias de electrólise admitiu-se que este número chegasse a 7000.

Juntámos a previsão para o ano corrente, para efeito de comparação, e extrapolamos, para 1965 e 1966, embora estes últimos números inspirem pouca confiança.

Reunindo este quadro com o anterior, obtemos a previsão das necessidades totais de produção:

Necessidade de produção total na rede interligada

Como se presume que os consumos não permanentes cresçam menos rapidamente do que os restantes, o crescimento total previsto é inferior aos 12,3 por cento atribuídos aos consumos permanentes totais e situa-se em 10,7 porcento (coluna 5); a percentagem de energia não permanente em relação ao total vai decrescendo com o tempo, aproximando-se de 14 por cento no fim do Plano (coluna 6); mas como o consumo das indústrias electroquímicas contém, em cada ano, uma parcela especial incluída na energia permanente, a percentagem