Fomento da fruticultura;
Reconhecimento agrário e publicação das respectivas cartas.
Nada tem a secção a objectar a este planeamento esquemático, pois, bem vistas as coisas, ele abrange, na verdade, os sectores de mais directo interesse para as realizações enunciadas no capítulo do Plano referente à agricultura.
Não deixa, porém, de lamentar que não tenha sido possível contemplar com uma verba especial a construção das novas instalações da Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, por se tratar dum centro fundamental para a realização dos estudos previstos no campo do fomento agrícola - e mesmo, eventualmente, nos do fomento florestal e do fomento pecuário -, nem tão-pouco o apetrechamento da Estação Agrária de Viseu, concluída há mais de dois anos, mas ainda não utilizada, por falta de equipamento de trabalho.
Estudo de solos;
Pesquisas fundamentais sobre fitossociologia, fitopatologia e entomologia florestal;
Tecnologia da cortiça;
ao que nada se objecta.
Pesquisas sobre forragens e seu valor alimentar;
Pesquisas sobre o regime alimentar dos suínos e das aves;
Pesquisas sobre métodos de progeny test - estudo da evolução- relativamente ao porco alentejano.
Dada a pequenez da dotação, pouca actividade permitirá ela desenvolver em tantos sectores. Objectivamente, contudo, nada tem a secção a observar quanto aos estudos previstos.
Instalação, no Porto, do laboratório, oficinas de ensaios mecânicos e metalúrgicos e parque de material para pesquisas e pequenos trabalhos mineiros;
Preparação de pessoal;
Conclusão da carta geológica.
Já no n.º 3 deste capítulo se salientou o interesse da conclusão das instalações laboratoriais do Porto, cujo equipamento foi há muito recebido pelos serviços ao abrigo da ajuda directa do Plano Marshall. Destinar-se-ão elas, conforme no Plano se salienta, ao estudo de beneficiação ou aproveitamento industrial dos minérios portugueses, das castinas e dos combustíveis - entre os quais merecem atenção especial as lignites recentes de Rio Maior, cuja melhor utilização deve ser cuidadosamente investigada.
A especialização do pessoal constitui tarefa cuja necessidade se torna inútil salientar.
Quanto à última alínea, porém, alguma coisa há a dizer.
Assim, não é correcta a expressão conclusão da carta geológica - que, aliás, não condiz com o texto descritivo do Plano, onde se afirma haver em vista «a aceleração dos trabalhos respeitantes à carta geológica na escala l:50 000, elemento essencial dos reconhecimentos e pesquisas mineiros».
Por outro lado, a verba a
Quilómetros
Quadrados
10 folhas levantadas e prontas para publicação,
Trabalhos dispersos não completando folhas:
Quer isto dizer que, da referida área global do continente, apenas 26 354 km2, ou sejam uns escassos 30 por cento, se encontram reconhecidos geologicamente. E como, em média, se gastam 300 contos com cada folha da carta geológica, cobrindo, também em média, 640 Km2, conclui-se que os 10 000 contos reservados no Plano a esta tarefa só permitirão levantar mais 21 000 km2, números redondos, posto o que ainda faltará realizar o trabalho numa superfície de 41 265 km2, isto é, em 47 por cento daquela área global do continente.
Pouco se avançará, pois, e é de lamentar que assim seja, porquanto a carta geológica, além de «elemento essencial dos reconhecimentos e pesquisas mineiros», conforme o Plano acentua, é-o também de uma vastíssima gama de outros sectores: nas construções, em geral, no que respeita a fundações, impermeabilidade dos terrenos, etc.; nas pesquisas de água para abastecimento público e das indústrias; no estudo dos solos de interesse para a agricultura - em suma, em tudo aquilo em que importe conhecer a natureza dos terrenos.
Em face disto, formula a secção o voto de que, no decurso da execução do Plano, venha a ser possível elevar substancialmente a dotação nele consignada à «aceleração dos trabalhos respeitantes à carta geológica.
Estudos de tecnologia, de organização científica do trabalho e de economia.