uma linha directa, de cerca de 1400 km, que, partindo da baía dos Tigres, corra ao longo da fronteira e atravesse esta no rio Guando, próximo de Luiana, e a de uma linha que ligue a baía dos Tigres ao caminho de ferro de Moçâmedes, por prolongamento do ramal du Chibia, com o desenvolvimento de uns 467 km entre a baía dos Tigres e Sá da Bandeira, passando no território de Angola por Chiange e Oncocua.

Esta solução daria ao caminho de ferro de Moçâmedes duas saídas para o Atlântico: Moçâmedes, a distância de 248 km de Sá da Bandeira, e baia dos Tigres, u distância de 467 km de Sá da Bandeira. Em Moçambique u rede dos caminhos de ferro tem as características seguintes:

Quilómetros

Em Moçambique todos os caminhos de ferro são do Estado.

(a) Bitola de 1,067 m, excepto em 90 km da linha de Gaza. cuja bitola é de 0,75 m.

Em apontamento, relativo aos caminhos de ferro de Moçambique registam-se três datas de significado histórico: a da arrancada, em 1874, com o caminho de ferro de Ressano Garcia; a da compra do caminho de ferro da Beira, em 1949, e a da autorização do caminho de ferro do Limpopo,- em 1951.

1874 - Vem de Novembro de 1874 a primeira diligência para a construção deste caminho de ferro, constituída pelo contrato firmado em Londres pelo representante de Portugal e por George Pigot Moodie, cidadão da República Sul-Áfricana, mas o assunto não teve sequência proveitosa.

Em Abril de 1876 foi publicada uma lei de Andrade Corvo a autorizar a construção de um caminho de ferro de Lourenço Marques ao Transval e novo contrato se celebrou então com o referido Moodie.

O segundo contraio teve ;i sorte do primeiro. Não foi cumprido e foi rescindido em Dezembro de 1883, concedendo-se a Edward Mac Murdo, cidadão americano, a concessão para a construção.

Mac Murdo constituiu para o fim a Companhia Portuguesa do Caminho de Ferro de Lourenço Marques ao Transval, com sede em Londres, a qual, de conta da Delagoa Bay aud South África a Railway Company, Ltd., fez a emissão de obrigações até 700 000 libras.

A construção arrastou-se e quando estava cerca do quilómetro 80 houve que rescindir o contrato, por falta de cumprimento, concluindo o Estado a obra por administração directa.

1949 - Em 7 de Abril de 1949 o Estado comprou à Beira Railway, por 372 785 contos, o caminho de ferro da Beira, explorado pela administrarão da Rhodesia

1951 - Em 17 de Agosto de 1951 foi autorizada a construção do caminho de ferro do Limpopo, cujos trabalhos de assentamento da linha começaram em Maio de 1953.

A exploração provisória iniciou-se em Agosto de 1955 e a inauguração, com a ponte-barragem do Limpopo, ocorreu em Agosto de 1956. Duas mensagens ficarão na história deste caminho de ferro:

Uma de Lord Malvern, Primeiro-Ministro da Federação das Rodésias e Niassalândia, para Salazar, dizendo:

A nova linha de caminho de ferro que liga a Federação das Rodésias e da Niassalândia ao porto de Lourenço Marques abre hoje ao tráfego. Esta linha, que levou quase três anos a construir, e que da nossa parte custou cerca de 10 milhões de libras, proporcionará aos produtos da Rodésia uma nova saída paru o mar e um porto adicional, através do qual transitarão mercadorias para fazer face às rapidamente progressivas necessidades do nosso povo. Ë este um acontecimento de profundo significado no desenvolvimento económico das Rodésias e da Niassalândia ...

Outra de Salazar, que deu a autorização de 17 de Agosto de 1951, respondendo:

Em poucos casos se terá visto mais notável exemplo de compreensão e absoluta confiança entre governos e territórios vizinhos na realização de empreendimentos de interesse comum. Sem outros títulos mais que o reconhecimento das necessidades, lançámo-nos, uns e outros, a estudos e trabalhos, cujo custo ascendia a somas muito elevadas, e não só conseguimos satisfazer o desejo comum de iniciar o tráfego em fins de 1955 ou princípios de 1956 como pudemos ganhar alguns meses, mercê da competência e entusiasmo com que dos dois lados se atacou a resolução deste problema. O I Plano de Fomento, aprovado pela Lei n.º 2058, considerou os seguintes caminhos de ferro para Moçambique:

Contos

2) Continuação do caminho de ferro de Marracuene até à Maníaca ... 50 000

1 Na revisão do I Plano de Fomento em 1955 a continuação do caminho de ferro de Tete foi eliminada.