João Carlos de Sá Aires.

João Cerveira Pinto.

João Mendes da Costa Amo rui.

João Pedro Neves Clara.

Joaquim Pais de Azevedo.

Joaquim Trigo de Negreiros.

José Dias de Araújo Correia.

José Fernando Nunes Barata.

José de Freitas Soares.

José Garcia Nunes Mexia.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Hermano Saraiva.

José Manuel da Costa.

José Monteiro da Rocha Peixoto.

José Rodrigo Carvalho.

José Rodrigues da Silva Mendes.

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

José Soares da Fonseca.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Laurénio Cota Morais dos Heis.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel José Archer Homem de Melo.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Luís Fernandes.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Tarujo de Almeida.

D. Maria Irene Leite da Costa.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.

Mário Angelo Morais de Oliveira.

Mário de Figueiredo.

Martinho da Costa Lopes.

Paulo Cancella de Abreu.

Ramiro Machado Valadão.

Rogério Noel Peres Claro.

Sebastião Garcia Ramires.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Urgel Abílio Horta.

Venâncio Augusto Deslandes.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Vítor Manuel Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

O Sr. Presidente: -Estão presentes 86 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o n.º 47 do Diário das Sessões.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum dos Srs. Deputados deseja fazer qualquer reclamação, considero aprovado o referido número do Diário das Sessões.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: neste princípio do Outono, tocado já da palidez e da nostalgia da natureza, chega-nos a triste notícia da morte do Papa Pio XII; e sobre o coração da humanidade, sobressaltado já de presságios funestos e de ameaças de sinistros acontecimentos, cai o luto pesado da morte do Chefe Espiritual da Cristandade! Por todos- os cantos do nosso vasto o mundo dobrarão os sinos afinados, e os seus dobres fúnebres lançarão no espaço e nus almas a dolorosa sensação da orfandade espiritual da nossa espécie. Na inextricável e desnorteante confusão de sistemas, de ideias, de soluções, que caracteriza a vida política intelectual contemporânea, no meio da perturbação geral e da inquietação dos povos, alarmados pelas ameaças à sua própria subsistência, havia uma luz que não vacilava, uma voz sobrenatural que inspirada coragem e confiança. Essa luz apagou-se! Essa voz emudeceu ! Quando a Homem, incerto na sua marcha milenária, atinge uma encruzilhada da história, a mais dilacerante e a mais sombria. afoga-se na escuridão da eterna noite d grande, o irradiante luzeiro que era o espírito do Papa Pio XII. Afastou-se o Pastor, partiu para sempre, precisamente quando o rebanho, ameaçado de todos os lados, busca ansiosamente quem o guarde e o defenda!

Srs. Deputados: o doloroso acontecimento, levado pelas agências de informarão a todos os cantos do Mundo, d e verá ter produzido por toda a parte uma profunda depressão geral: não só no mundo católico e cristão, mas em todo o mundo civilizado, nitro dizer, em toda a parle em que o culto dos grandes valores espirituais, do direito, da justiça, da liberdade, da grandeza e dignidade superior do Homem tem ainda altares e sacerdotes ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: -... mas, sobretudo, naquela imensa zona humilde da humanidade desamparada e amargurada, pura quem a palavra imortal do Evangelho saída da boca do grande pontifico constituía uma suprema e última esperança, por cima das construções quiméricas de novas humanidades, apoiadas tão-sòmente na frágil sabedoria humana! Sim, meus senhores! É que o homem que acaba de sucumbir no Vaticano não era somente o Chefe Espiritual da Igreja Católica, era. verdadeiramente, no consenso unânime dos povos, o seu supremo e intemerato guia: naquele coração que não desfalecia, naquela inteligência onde reverberava a iluminação vinda do alto. estava o centro incomovível da luta, da resistência às vagas de assalto do mal, do frio materialismo contemporâneo, para o qual a moral é um produto da biologia, o direito uma criação dos estados, a religião um reliquat das ignaras sociedades primitivas, o amor, a caridade, um mal e uma fraqueza de ânimo, e só as soluções da força e da economia as, que contam para edificação da Cidade!

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sobre todos os problemas cruciantes da vida hodierna o Papa falecido apontava, com uma claríssima compreensão das realidades actuais, es princípios mais seguros de solução! Sobre todos os atropelos da força e contra todas as injustas opressões dos povos se levantaram e ecoaram em todo o Mundo os seus protestos de justiça e de liberdade! Verdadeiramente, o espírito humano está de luto! Mas aqui, em Portugal, talvez mais do que em qualquer outra nação. Somos um povo profundamente católico e dedicado, desde os alvores da nacionalidade, á Santa Sé. Somos um povo de alma naturalmente cristã. E o Cristianismo. nos seus princípios de vida, nos seus ensinamentos divinos, na essência do seu sentimento, .profundamente, eu ia a- dizer: sobrenaturalmente humano,