O Orador: - Nunca pôs reservas ao nosso nacionalismo, o que significa não o ter considerado totalitário.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Neste, a, Igreja aparece ou pode aparecer como elemento do interesse nacional, e não como depositária da verdade; no nosso, aparece como depositária da verdade e, enquanto tal, elemento do interesse nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não é subordinada ao interesse nacional; é um elemento desse interesse que não perde a independência e, por isso, a sua doutrina deve ser defendida e propagada. E a verdade, à sombra dela se fez a nossa história e se formou a nossa pátria.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - No discurso que aqui fiz a propósito de um aniversário da coroação de Pio XII, a que já acima aludi, disse também: «Que Deus o conserve por muitos anos! Que Deus o conserve até poder divisar o princípio da reintegração da paz de Cristo neste mundo conturbado. Esta paz é a sua ansiedade: a paz na liberdade e fruto da liberdade».

Não quis Deus que assim acontecesse. O Pontífice morreu e ainda se não divisa o princípio da reintegração da paz de Cristo no Mundo. Ou serei eu que o não diviso.

Terá sido chamado para o poupar à contemplação dolorosa das convulsões, das desgraças, das misérias por que tenha de passar a pobre humanidade? Esperemos que não.

Não assistem, em geral, os homens à realização das suas ansiedades, mas o esforço que desenvolveram no sentido de as ver satisfeitas não se perde. Não pode perder-se, sobretudo, quando teve a animá-lo as virtualidades de mais humana das doutrinas - da doutrina em que resplandece a verdade e que dá solução aos problemas que mais atormentam o homem, os do princípio e fim.

Pontífice da Paz morreu sem que nós divisemos a paz; mas esta há-de instaurar-se nu Terra. O que importa é que se instaure depressa. O que não conseguiu em vida o Pontífice da Paz talvez venha a consegui-lo junto de Deus, para cujo seio foi chamado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Bendigamos o seu esforço e esperemos. Prestemos a nossa filial homenagem ao grande Papa e veneremos a sua memória.

Procedendo assim, estaremos a homenagear e a venerar o representante máximo da civilização cristã e, portanto, da civilizarão ocidental.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Em sinal de pesar pela morte do Pontífice Pio XII e interpretando e sentimento da Câmara, vou levantar esta sessão e suspendo os trabalhos da Assembleia até segunda-feira, dia 13, em que haverá sessão, à hora regimental, com a mesma ordem do dia que estava marcada para hoje.

Está levantada a sessão.

Eram 16 horas e 35 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Adriano Duarte Silva.

Agnelo Ornelas do Rego.

Agostinho Gonçalves Gomes.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Alfredo Rodrigues dos Santos Júnior.

Antão Santos da Cunha.

Armando Cândido de Medeiros.

Artur Águedo de Oliveira.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Carlos Alberto Lopes Moreira.

Carlos Coelho.

Castilho Serpa do Rosário Noronha.

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

Frederico Bagorro de Sequeira.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Pereira Jardim.

José António Ferreira Barbosa.

José Guilherme de Melo e Castro.

José dos Santos Bessa.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Nunes Fernandes.

Purxotoma Ramanata Quenin.