O Orador: - Impõe-se que uma verdadeira campanha de mobilização da opinião pública ajude à execução do Plano.

Vozes: - Apoiado!

O Orador: - Mas não se esqueça que só em nome de objectivos cuja bondade todos compreendam e sintam é possível pedir sacrifícios imediatos aos povos.

O Plano é para todos os portugueses, e assim tem de ser entendido, puni que assim possa ser executado. E isso vai impor uma firme atitude de revisão das nossas estruturas económicas e suciais, dentro das quais hão-de encontrar-se mais adequadas condições de realização de toda a obra de fomento planeada. Tem de modela V se pela vontade sincera de todos nós um quadro económico e social em que a propriedade e a empresa sejam cada vez mais estímulo ao trabalho, expectativa de maior segurança económica e instrumento de estabilidade social, e cada vez menos motivo de divisão política e de reacção dos povos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Já não é, agora, só uma razão económica que justifica a mais equilibrada repartição do rendimento; é também uma razão política que sabe que consegue a adesão colaboraste dos povos apenas para as tarefas de que estes acreditam poder aproveitar resultados.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Este caminho nos aconselha uma razão ética tirada da nossa consciência e corporizada nos princípios que informam as nossas leis fundamentais; e, se o seguirmos, podemos afirmar-nos autenticamente à Nação.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

resolução do problema do emprego, modificação em sentido favorável da balança metropolitana de pagamentos.

Programa da vida económica da Nação no próximo sexénio, vade-mécum do interesse nacional, guia seguro dos anseios e das aspirações do povo português, legítimo v recebê-lo com marcado júbilo, prestar-lhe aquela colaboração que se torna indispensável para fazer singrar as grandes iniciativas, difundi-lo e

interessar nele a Nação inteira, procurar que ela o compreenda e nele veja o melhor instrumento de modificação das suas condições de vida a garantia mais séria e mais completa, a única, porventura, que se nos oferece com objectividade para atingir em prazo relativamente curto a finalidade por que trabalhamos e nos batemos: a elevação do nível moral, cultural e material da nossa gente, que aqueles não se atingem sem este ser obtido.

Legítimo é, por isso, afirmar o nosso reconhecimento ao Governo que concebeu este II Plano de Fomento, o estruturou e o definiu, pelo serviço magnifico que prestou ao País, ratificando a nossa confiança nas suas possibilidades, revigorando a nossa fé na certeza de melhores dias. envolvendo-nos em atmosfera de optimismo quanto ao futuro. E ainda registar mais uma vez - nunca peca por excesso tal lembrança - que a apresentação de diploma desta natureza e de tanta projecção só se tornou possível mercê de longa preparação que durou trinta anos e exigiu a ordem nas ruas e no Governo o princípio da autoridade, equilíbrio financeiro e sã administração, unidade de comando, presença nos postos dirigentes dos maiores valores do escol nacional, mobilização de consciências, união de vontades, sacrifício de ideais.

É enorme a tarefa que ante nossos olhos se antolha, vasta s delicada a obra a realizar; ela só se tomará eficiente com grande esforço e rude labor, com o entusiasmo e a dedicação dos que forem designados para seus obreiros, com a consciência, colectiva do valor e da importância do Plano, como contributo máximo para a satisfação do legítimo desejo d3 maior elevação social.

Mas tal só se consegue se todos mantivermos deliberadamente a nossa coesão e, unidos e fortes, conservarmos acesa