dimentar à energia do núcleo atómico, todas as formas possíveis desfilam sob os nossos olhos.

A desintegração do átomo e a domesticação da energia nuclear -as grandes conquistas científicas do século XX- são resultados de uma obra verdadeiramente colectiva, consequência de longas e pacientes pesquisas efectuadas por centenas de sábios e milhares de especialistas - engenheiros e técnicos, hoje já de muitos países, e entre nós os que trabalham na Junta de Energia Nuclear, presidida pelo distinto engenheiro José Frederico Ulrich.

É lamentável constatar que esta grande força energética tenha surgido pela primeira vez à humanidade sob força de devastação e morte. A sua aparição deu-se como uma «arma de agressão, de surpresa e de terror», segundo a expressão do Frof. Oppenheimer.

As repercussões da utilização pacífica da energia atómica nos domínios económico, social e político assumirão um carácter revolucionário.

Para se compreender a contribuição que a energia atómica poderá trazer à construção do mundo de amanhã é necessário tomar-se em conta o papel que a energia em geral desempenha no progresso económico e social.

Nem sempre se faz ideia de até que ponto, em cada país, o nível de vida e o poder económico são função dos recursos energéticos: A industrialização, o desenvolvimento, da agricultura, os transportes, a saúde pública, o grau de civilização em geral, tudo depende desse factor. E este factor que, em combinação com a técnica, determina o aumento da receita nacional e o nível de vida de cada povo.

Nota-se que nas regiões onde o consumo de energia é maior a receita nacional é mais elevada.

Assim, é graças ao factor combinado da energia e da técnica que o mundo pode produzir hoje muito mais do que produzia há cinquenta anos com a mesma quantidade de mão-de-obra. Podemos, portanto, prever qual será a contribuição para o progresso técnico de uma energia tão potente como é a libertada pelo núcleo do átomo.

Automatização, energia atómica e outros progressos da técnica constituem possantes instrumentos de expansão económica, numa época em que a população do mundo é acrescida de algumas dezenas de milhões de almas em cada ano.

É sobretudo nos países subdesenvolvidos, ou não suficientemente desenvolvidos, onde a energia abundante falta e onde a economia se encontra ainda, num estado primitivo, que a utilização da energia atómica será chamada para desencadear uma verdadeira revolução no desenvolvimento da agricultura e da indústria e no nível da alimentação e da saúde.

E vou terminar, reafirmando que estou absolutamente confiado em que a realização do II Flano de Fomento dará ao País, além de um importante desenvolvimento económico, uma melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras. Prosseguindo na senda do progresso que o País tem traçado, aperfeiçoando ainda a organização corporativa, cautelosamente, actuando com toda a prudência, do forma a não abalar a estrutura económica e social da Nação, mas sim incutindo-lhe ainda mais vida. Está intimamente ligado a esta linha de conduta o desenvolvimento económico e social da Nação.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão, visto que alguns oradores que estavam inscritos para a sessão de hoje não se encontram presentes na sala. Amanhã haverá sessão, à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 17 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Adriano Duarte Silva.

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Antão Santos da Cunha.

António José Rodrigues Prata.

António Pereira de Meireles Rocha Lacerda.

Armando Cândido de Medeiros.

Carlos Coelho.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

Castilho Serpa do Rosário Noronha.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Carlos de Sá Alves.

João Cerveira Pinto.

João Pedro Neves Clara.

José António Ferreira Barbosa.

José Hermano Saraiva.

José dos Santos Bessa.

Laurénio Cota Morais dos Reis.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.

Mário Angelo Morais de Oliveira.

Purxotoma Ramanata Quenin.

Rogério Noel Peres Claro.