com as verbas consideradas bastantes o plano rodoviário.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Orador: - Se o desenvolvimento dos transportes e das comunicações se não processar paralelamente ao desenvolvimento económico, aquele actuará como travão, impedindo a expansão e o progresso do todos os outros sectores da economia nacional.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Uma palavra ainda sobre a incidência da, localizarão das indústrias nas economias regionais. Não me alongarei no assunto, especialmente porque n pós o profundo estudo apresentado pelo brilhante economista Sr. Deputado Araújo Correia, nada poderia acrescentar.

É bem patente a tendência de localizar a média o grande indústria do litoral -mormente no trajecto Lisboa-Porto-, com manifesto prejuízo da vida política e social das regiões do interior. Se se não tomarem medidas adequadas que incentivem, facilitem e fomentem a instalação de novas indústrias e o desenvolvimento das já existentes nas regiões do interior do País, continua remos a assistir ao êxodo das populações para os grandes centros.

São demasiado conhecidos os enormes inconvenientes económicos e sociais da concentração industrial nas grandes cidades, que provocam, -e cada vez mais insistentemente- maior afluxo de mão-de-obra. Tal tendência deveria ser contrariada, e não facilitada, promovendo a sua localizarão do molde a que o desenvolvimento do País constituísse um lodo harmonioso, que abrangesse, nas devidas proporções, a totalidade do território nacional.

Sr. Presidente: o facto de haver um ou outro ponto sobre que mais incide o debate em curso ou que merece reparos não tira ao Governo o altíssimo mérito que lho cabe tão justamente pula elaborarão da proposta de lei n.º 8, à qual na generalidade dou a minha aprovação.

Confio inteiramente que os benefícios, cuja equitativa distribuição se prevê por todos os sectores da vida portuguesa, os levará a uniram-se à volta do Chefe da Revolução Nacional e a trabalharem devotadamente, como ele o tem feito, por um Portugal cada vez maior.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

cerca de 3 000 000 de contos em fomento agrícola e 840 000 contos em viação rural.

Aquela quantia, certamente muito avultada e em escala muito fora do habitual, quando se fala em planos ligados à agricultura, essa agricultura que foi sempre a eterna desprotegida e que até agora tem sido a primeira fonte da nossa riqueza aquela quantia -dizia - não é, infelizmente, tão grande quanto se desejaria. Há muitos pontos que desde já se pretendia fossem dotados e não o são e outros são-no com verbas muito reduzidas em relação às necessidades que se notam.

De qualquer forma, é de elementar justiça pôr em relevo, agradecidamente, o facto de por efeito de uma séria e segura administrarão, ter sido possível planear com segurança uma série de investimentos, que orçam pelos 30 000 000 de contos, no nosso país.

A província do Minho é caracterizada por uma elevada densidade populacional que trabalha um solo retalhadissimo. Nesta província há, para uma população activa de 529 020 pessoas, 321 500 que trabalham na agricultura. À área média de metade das explorações agrícolas não excede lha e um terço somente tem áreas compreendidas ente lha e 5ha. São, portanto, em sua grande parte, explorações agrícolas imperfeitas, que obrigam os seus empresários a procurar noutra actividade complementar, dentro ou fora da agricultura, quando podem, o indispensável para o seu sustento e dos seus. Leva isto, também, a tremendas situações de subemprego, de tal forma que o nível de vida de grande massa da- população agrícola minhota é modestíssimo.

Com reduzida educação geral com um nível de instrução técnica muito baixo, num meio agrícola difícil de elevar, sem que sejam amplamente modificadas as condições de trabalho na agricultura, o rural minhoto dificilmente progride.

O progresso agrícola dessa região tem, quanto a mim de se basear em duas constantes, que tudo devem impulsionar: por um lado, uma educação e instrução técnica muito difundidas e elevad as; por outro, tinia estrutura agrária que permita o pleno emprego, em boas condições, aos agricultores.

Em íntima correlação com estes aspectos basilares em que tem de assentar o progresso agrícola há todos aqueles que se ligam às cansas indirectas, exteriores à própria agricultura, mas que são factores estimulantes dessa actividade. Entre eles situa-se a industrialização, como factor preponderante, por toda a riqueza que cria pelos estímulos que desperta, pelos mercados que abre e até pelo êxodo que provoca. Se de início o êxodo rural é uma causa de perturbações para uma agricultura que se desenvolveu e vive num ambiente de abundante e fácil mão-de-obra, em seguida, depois de um normal ajustamento, que obriga a um aperfeiçoamento de métodos, é factor de progresso - e assim tem de ser tomado.

O II Plano de Fomento, agora em análise, poderá influenciar decididamente o progresso da agricultura da minha região e dar uma contribuição firme ao melhoramento rios condições de vida da sua população? Honestamente o devo confessar: creio que nele somente só podem antever, em futuro próximo, pequenos benefícios em relação ao muito do que ela necessita.

Hidráulica agrícola.

Povoamento florestal.

Reorganização agrária.

Quanto à hidráulica agrícola, em que vão ser investidos l 057 000 contos, só ao Minho poderão caber, na melhor das hipóteses, grande parte dos 30 000 contos para melhoramentos dos antigos regadios colectivos, o