A defensiva é uma forniu inferior do combate e não conduz à vitória.

Menosprezar o adversário em atitude de indiferença, confiados apenas na nossa razão e poder, é táctica errada.

A realidade política para aqueles que têm andado sempre nas trincheiras o mal acomodados, mas sempre prontos, e que sentiram e mediram a violência e o desespero da última luta eleitoral, onde combateram sem reticências, diz-nos que o País não deseja mudar de sistema de governo, pela mão de visionários e pelos caminhos da aventura, mas quer, sim, imperiosa e urgentemente, mudar do métodos de actuar e corrigir desvios, para não regressarmos a um passado triste e chegarmos francamente ao bem-estar geral a que se aspira, atentando bem na situação dos economicamente fracos, guiados nos caminhos da verdade pela cabeia do Homem a quem tanto se deve em saber, realizações, espírito de sacrifício e amor da Pátria.

Confessar publicamente erros de comando ou de execução, por pequenos que sejam, pode ser atitude moral digna de louvor e reveladora de carácter, mas é gesto político que não se entende nem o adversário perdoa.

Não nos detenhamos por mais tempo descansados como quem se confessa e é absolvido.

Acertemos o passo pelo rufar do nosso ideal e retomemos sem hesitações a marcha a para o futuro com o entusiasmo das primeiras horas, conscientes da missão transcendente que nos foi entregue pela Nação e convencidos de que a temos de cumprir, custe o que custar e doa a quem doer.

É com este estado de alma e firmeza no comando que se deve empunhar o II Plano de Fomento, que é meio de acção potente para recuperar terreno perdido e vencer a batalha política em que estamos empenhados.

Como fecho das minhas considerações, resumo o que o Algarve pede ao II Plano de Fomento e recomenda à sua Administração:

a) Povoamento florestal da serra;

b) Continuação das obras do aproveitamento dos sapais;

c) Orientação e assistência nu cultura dos terrenos irrigados;

d) Assistência técnica e sanitária aos pomares e rearborizaçào, com vista à melhoria e selecção de castas;

e) Ligação do empreendimento que se tem em vista com a construção de seis atuneiros com as indústrias tradicionais de pesca e conserva de atum e, bem assim, o apoio para o seu desenvolvimento;

f) Reforço das dotações do plano rodoviário, de modo a permitir englobar nele- as estradas municipais, que. pelo seu trânsito, são verdadeiramente nacionais, e a construção do troço de estrada Almodovar- Salir- Loulé, como melhoria e encurtamento da ligação do Norte com o Centro do Algarve;

g) Melhoria da ligação ferroviária com Lisboa pelo emprego de melhores e mais automotoras;

h) Reforço das verbas para os portos de Portimão e Vila Real de Santo António, para que se inicie a construção do porto interior no primeiro e se ultime o segundo:

i) Obtenção de meios para instalar um serviço permanente de dragagens no Algarve, para que se mantenham s empre navegáveis as barras o os canais de acesso dos seus portos;

j) Construção do aeródromo de Faro, a dar execução à política aprovada para a rede de aeródromos continentais;

k) Acabamento das obras de reconstrução das Caldas de Monchique, como meio de fomento dos recursos hidrológicos ;

l) Reforço do Fundo de Turismo, como meio de fomento da industria turística em regiões privilegiadas como a do Algarve, de garantida repercussão no movimento turístico internacional.

Para que o II Plano de Fomento possa encarar e receber o viável destas aspirações não basta a boa vontade e os recursos da Administração: há que contar, e muito, com uma colaboração viva e substancial por parle dos Algarvios e daqueles que ao Algarve estão ligados por interesses e pelo coração.

Desta tribuna, onde estou cumprindo mandato seu, apelo para o seu bairrismo, espírito de compreensão e qualidades de iniciativa, para que se disponha tudo e todos - e todos não serão de mais - para se realizar o que se deseja e o Algarve merece e espera do Governo e de nós, seus naturais.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

instante em que há pessoas acenas atentas ao que possa ser razão de pessimismo e, sistematicamente, esquecem o que é motivo de optimismo, não julgo inútil acentuar o facto desta tribuna, não vá, inadvertidamente, alguém de apressado juízo considerar que os reparos aqui feitos ao projecto em debate outra coisa exprimem que não seja o firme desejo que a todos move no sentido de colaborar numa obra comum.

Subi, portanto, a esta tribuna para, antes e além do mais agradecer ao Sr. Presidente do Conselho a grandiosidade da sua obra renovadora, sem a qual não seria possível reunirmo-nos para analisar um plano de fomento com as características do que vai iniciar-se no primeiro dia do ano que vem.

Ao apreciar-se o Plano ter-se-á em conta a meticulosidade dos trabalhos publicados, a impressionante clareza do relatório que- o precede e tudo o que nos deixa adivinhar a fecundidade de um labor excepcional que fica na história do desenvolvimento económico português.

Em espaço de tempo que não foi longo soube-se, efectivamente, coordenar uma vastíssima e complexa massa informativa e elaborar o magnífico documento que o Governo antecipadamente forneceu à Assembleia Nacional e à Câmara Corporativa para que pudessem, a