Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

Fernando António Munoz de Oliveira.

Fernando Cid Oliveira Proença.

Francisco Cardoso de Melo Machado.

Francisco José Vasques Tenreiro.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Augusto Dias Rosas.

João de Brito e Cunha.

João Carlos de Sá Alves.

João Cerveira Pinto.

João Mendes da Costa Amaral.

João Pedro Neves Clara.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim Pais de Azevedo.

Joaquim de Pinho Brandão.

Joaquim Trigo de Negreiros.

Jorge Pereira Jardim.

José Dias de Araújo Correia.

José Fernando Nunes Barata.

José de Freitas Soares.

José Garcia Nunes Mexia.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Hermano Saraiva.

José Manuel da Costa.

José Monteiro da Bocha Peixoto.

José Rodrigo Carvalho.

José Rodrigues da Silva Mendes.

José Sarmento de Vascon celos e Castro.

José Soares da Fonseca.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Laurénio Cota Morais dos Reis.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Homem Albuquerque Ferreira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Luís Fernandes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Seabra Carqueijeiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Tarujo de Almeida.

D. Maria Irene Leite da Costa.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes doa Reis.

Mário Angelo Morais de Oliveira.

Mário de Figueiredo.

Martinho da Costa Lopes.

Paulo Cancella de Abreu.

Ramiro Machado Valadão.

Rogério Noel Peres Claro.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Urgel Abílio Horta.

Venâncio Augusto Deslandes.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Vítor Manuel Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 95 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 15 horas e 40 minutos.

O Sr. Presidente:-Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Agostinho Gonçalves Gomes. Convido o Sr. Deputado a subir à tribuna.

O Sr. Agostinho Gomes: - Sr. Presidente: caíram os crepes que enlutavam o coração do mundo católico.

Ao som plangente dos sinos sucedeu um bimbalhar festivo que, em revoada, ecoa por toda a terra a anunciar às gentes a eleição de João XXIII.

E a alegria enche as almas, delas transborda para, em manifestações vividas, projectar-se num Te Deum Laudamus ante o altar do Senhor.

Esta Assembleia, que o é de uma nação católica, não pode deixar de unir-se ao regozijo que estua em toda a cristandade. Sentimo-lo também e vivemo-lo.

Vozes: - Muito bem; muito bem!

O Orador:-Depois de havermos chorado o passamento de Pio XII, o grande Papa ecuménico na visão e solução dos problemas que agitam e afligem o mundo contemporâneo, erguemo-nos agora para prestar homenagem sincera ao novo Chefe da Igreja e protestarmo-lhe a nossa filial dedicação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Ao Pontífice romano prendem-nos laços que o tornam vinculado à nossa própria história gloriosa.

Tamanhinho ainda, teve-o Portugal a amparar o berço e fê-lo seu padrinho.

Nas horas altas dos Descobrimentos connosco foi a sua bênção paternal, que nos tornai ia um povo missionário. Aonde acostaram as nossas naus ai chegou a voz do Papa: ouviram-na a África e a China, escutaram-na a índia, o Brasil e o Japão.

Nós fazemos parte da cristandade não só porque a ela pertencemos, mas ainda porque a ajudámos a estender e alargar com o nosso esforço e o nosso sangue.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Conquistamos uma pátria desbaratando a moirama infiel, sob as bênçãos de Deus e da sua Igreja. Demo-nos ao mar principalmente para manietarmos o turco indómito, que ameaçava a Europa cristã; o enquanto saia das caravelas a cruz de Cristo e se plantava em longínquas paragens, o crescente muçulmano recolhia, vencido, as suas pontas.

Se as fronteiras do nosso Império são padrões de glória da alma lusa, a fé em Cristo é a segurança de um Portugal eterno.

E por isso estamos e estaremos sempre com o Pontífice de Roma.

O muito que se escreveu nestes dias, de um canto a outro do Mundo, em volta da eleição do futuro Papa, embora, por vezes, de uma ignorância confrangedora acerca de assuntos da vida da Igreja, que transcendem o tempo, mas se discutem sob um aspecto puramente humano, mostra bem como a cátedra de Pedro é o centro para que convergem todas as atenções e todas as almas.

É que a humanidade, rodeada de brutal materialismo que a esmaga nos seus mais nobres sentimentos e aspirações, pressente a libertação naquele que o Mestre Divino deixou na terra para sempre continuar o sermão da montanha, as bem-aventuranças.

A palavra do Papa trará o suplemento de alma, que os homens perderam em dolorosas caminhadas e almejam reencontrar para sua mesma felicidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Se João XXIII surge para todos como uma esperança, para nós é também certeza de que Cristo continua na terra e com ele a justiça, a paz e o amor.

Vozes: - Muito bem, muito bem !