ficam os restantes 16 por cento, nos quais, ainda, os destinados à alimentação figuram com 6,4 por cento.

Parece, assim, não ficar grande margem para actuar sobre a importação, utilizando-a ou utilizando-a na negociação bilateral.

Acresce que uma parte dessa margem corresponde a mercadorias que se importam dos países da O. E. C. E. em regime de liberalização.

Fica, portanto, a possibilidade de actuar apenas sobre o restante parte daquela margem não essencial, a menos que se siga o caminho de rever os uiveis da nossa liberalização. E é certo, também, que nalguns casos uma redução de importações não essenciais pode ter reflexos noutras importares consideradas essenciais a partir daquelas, como seja o das compras de determinados tipos de automóveis e dos seus carburantes.

Não estou em crer, porém, que estes aspectos tenham grande significado, de modo a facultarem u direcção das importações instrumentos susceptíveis de ajudar eficazmente à atenuação do crescente desfavor que se verifica no nosso comércio externo. Porque, na verdade, é no nível e na composição das importações que estreitamente se reflecte n crescimento económico dos países, nas fases em que estes ainda estão largamente carecidos de equipamento e de certas matérias-primas que supõem já um complexo industrial que produza esses bens e que nesses países não existe.

E esta também, por enquanto, em vários aspectos, a situação da economia portuguesa, ainda que grande tem sido a obra realizada neste campo; e não se prevê, por isso, que, pelos anos mais próximos, possa deixar de manter-se esta pressão sobre as nossas importações ligadas ao próprio desenvolvimento económico.

Esta dependência agrava-se mais e torna menos operante qualquer autuação sobre as importações, na medida em que se tem verificado um aumento do valor médio destes grupos de mercadorias importadas sobre que não podemos ter nenhuma acção.

Cabe no entanto ao Governo, em face dos estudos necessários, decidir sobre a posição que deve assumir neste aspecto do problema do comércio externo.

Mas é fundamentalmente sobre a nossa política de exportação que as atenções se debruçam, por se reconhecer, por um lado, que não só pode caber-lhe maior papel na redução do desnível da balança - comercial, mas também lhe está ligada uma orientação do investimento, a que já aludi, e, por outro, que será o sector do comércio externo que pode oferecer maior campo de manobra.

Está em causa, portanto, o fomento das nossas exportações.

Também o debate sobre este ponto é antigo e constantemente reavivado, e tenho receio de não vir agora senão repisar ideias e razões já envelhecidas. Mas como de ideias velhas por vezes nascem iniciativas novas, sempre me arrisco a dizer alguma coisa sobre esta matéria.

A composição da exportação metropolitana portuguesa denuncia, desde logo, a sua vulnerabilidade, acantonada num pequeno número de produtos que crescentemente a dom inam e concentrada no reduzido grupo de mercados a que se tem destinado.

Exportações metropolitanas efectuadas para o estrangeiro, por produtos

1 - Quantidades e valores

(Ver tabela na imagem)