gerais e políticas que estuo a ser seguidas se podem condensar, um tanto em certos pontos fundamentais. E lê-se: Depois de muitos anos de estudos e trabalhos, começa a pensar-se e a seguir-se esta série de pontos:

1) Necessidade de basear toda a aceito em pesquisas e inquéritos e planificação preliminares;

2) Necessidade de coordenar as pesquisas e inquéritos e n política social com uma planificação física s económica ;

3) Necessidade de impedir ou limitar certas formas de crescimento urbano (tais como as concentrações administrativas e industriais exageradas ou as cidades tentaculares consideradas «parasitas»);

4) Necessidade de influências adequadas quanto a migrações ;

5) Necessidade de completar as medidas que se tomem para os aglomerados urbanos com medidas que interessem, directa ou indirectamente, aos aglomerados rurais;

O Sr. Jorge Ferreira : - Muito bem !

aspirações quanto à fuga para as cidades é, no entanto, provável que, cem última análise, remedeie o mal económico dos campos (que é o primeiro factor da fuga») e que, de facto, os grandes aglomerados percam grande parte do seu atractivo económico e cultural».

O Sr. Jorge Ferreira: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. Jorge Ferreira: - No meu modesto parecer, creio quê levar esses benefícios aos meios rurais seria talvez melhor do que criar-lhes as exigências que os conduzem para a cidade. Essas condições antes trariam, segundo penso, aos meios rurais as populações da cidade.

O Orador: - As pessoas que gostariam de viver no campo.

Se reportarmos o conceito ao âmbito português, não podemos deixar de pensar no quanto de admirável seria que tudo quanto representasse fuga do campo» se processasse, não no sentido de uma Lisboa ou de um Porto (embora já se compreenda que melhor será no sentido do Porto do que no de Lisboa), mas sim aio sentido de uma Coimbra, de uma Braga, de uma Leiria, de uma Figueira da Foz, de uma Bragança, em suma, para citarmos a cidade detentora do nome do distrito que aparece sempre no baixo das craveiras económicas e de outros aspectos da vida nacional.

Para isso, claro, só tornando essas cidades pólos normais de atracção das gentes com legítimas aspirações ao seu erguimento no teor de existência, nos planos económico e cultural. E não vejo que se deva fazer nesse sentido a não ser uma entrada decisiva, ainda que dentro do regime de marcha prudente (para ser segura), pela política da descentralização de poderes económicos locais ou regionais que, em geral, quase afrontam o resto das regiões do País.

Aliás, não somos únicos no Mundo, nesta matéria. Mas parece que foi para nós - não o tendo sido, no entanto, porque o foi para o âmbito das nações integradas - que a Organização das Nações Unidas escreveu o seguinte passo do Estudo Internacional dos Programas de Acção Social (1959)»:

As políticas de descentralização correspondem à necessidade de descongestionar e de reajustar os grandes centros e zonas superpovoadas ou de prevenir tais situações. Impõem muitas vezes uma deslocação de indústrias e a reinstalação de uma parte da população. Visam, igualmente, a melhorar as condições de emprego e a elevar o nível económico das pequenas cidades e dos campos, assim como a assegurar uma melhor repartição das indústrias e da população, relativamente às fontes de rendimento.

A descentralização explica-se também pelo desejo que haja de lutar-se contra o desenvolvimento exc essivo de uma ou duas grandes cidades onde esteja concentrada a maior parte das forças vivas, da riqueza e do poder político do País - a tal ponto, que drenam tudo para ela ou para elas e impedem o êxito de qualquer outra região.