onde cerca de um milhar de professores e mestres discutirão os problemas que vivem dia a dia e que, pelas características específicas do ensino técnico, necessitam de ajustamento periódico.

Ao Pais vai assim ser dada oportunidade de verificar, através dos relatos que a imprensa não deixará de fazer, que o ensino técnico profissional está estruturado de modo a servir os altos interesses da Nação e que os seus agentes estão atentos e prontos na colaboração a dar para que, a tempo e horas, não faltem algumas das essenciais alavancas ao esforço da valorização económica do País. Neste momento, pois, a realização desse Congresso tem ainda um sentido de oportunidade que não será descabido acentuar aqui também.

Sr. Presidente: ao serem elaborados os planos do Congresso foi igualmente estudada a realização, em Lisboa, de uma exposição onde todas as escolas do País estariam presentes, numa demonstração, que seria convincente, das qualidades do ensino que se faz, seja onde for.

Foi nomeada, por portaria no Diário do Governo de 24 de Abril de 1907, a comissão encarregada da organização desse certame, dando-se assim apoio governamental à iniciativa. Mas porque ela viria a custar ao Tesouro alguns milhares de escudos, não será possível realizá-la nos moldes previstos, reduzindo-se apenas às escolas de Lisboa e àquelas que puderem, pêlos seus meios, isto é, extra-orçamento, pagar o transporte dos objectos a expor, o que equivale a dizer que pouquíssimas escolas da província estarão representadas e que a exposição falhará assim no sen propósito principal: mostrar que todas as escolas trabalham do mesmo modo, sem se esquecerem, porém, as características da região onde funcionam.

Entendo que não era dinheiro deitado fora o empregado na exposição geral que se pensara, até porque muitos dos objectos expostos não deixariam de ser vendidos a favor da Fazenda. Mas o que eu entendo pode não ser o certo... Mas como não serão cerceados os meios à exposição, se no próprio Congresso os congressistas obrigatórios (um por cada escola) pagaram a sua inscrição de 100£ para acudir às despesas?...

E, no entanto, numa prova eloquente de compreensão e de interesse, dos mil professores e mestres que estarão presentes, talvez metade residam na província, o que significa que pagarão do seu bolso, com sacrifício, a sua estada de oito dias em Lisboa, os seus transportes e a sua inscrição.

Sr. Presidente: depois de o Governo ter incluído no II Plano de Fomento o desenvolvimento do ensino técnico; depois de nesta Assembleia se ter acentuado que esse ensino é o que neste momento mais interessa à Nação, eu exulto com a oportuna decisão da Direcção-Geral do Ensino Técnico Profissional de realizar, quase ao romper da execução do Plano, este Congresso e esta exposição. Mas não posso deixar de me interrogar se certos actos não estarão em desacordo com tão alevantados propósitos...

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente:-Estão na Mesa as contas das províncias ultramarinas relativas ao exercício de 1957, que

vêm acompanhadas do relatório da Direcção-Geral de Fazenda do Ultramar.

Estas contas vão baixar às nossas Comissões de Contas e do Ultramar, para oportunamente serem dadas para a ordem do dia.

Pausa.

O Sr. Presidente:-Srs. Deputados: sou forçado a suspender por alguns dias os trabalhos da Assembleia. Como já disse a V. Ex., a proposta de lei de autorização de receitas e desposas encontra-se na Câmara Corporativa e o Sr. Presidente afirma serem precisos mais de dez dias para que aquela Câmara possa elaborar o seu parecer. Trata-se, como sabem, de uni documento fundamental da administração do Estado, compreendendo-se, portanto, que a Câmara Corporativa precise de .bastante tempo para elaborar conscienciosamente, como é seu timbre, o seu parecer, o que é incompatível com um trabalho à sobreposse.

Não marco desde já o dia da reabertura da Assembleia, do qual oportunamente terão W. Ex.as conhecimento pela imprensa e pelo aviso emanado da Secretaria da Assembleia Nacional. Nesse aviso de convocação será marcada a ordem do dia, que será naturalmente a discussão da proposta de lei de autorização de receitas e despesas.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Aguedo Orneias do Rego.

Alberto Carlos de Figueiredo Franco Falcão.

Alberto Cruz.

Alberto Henriques de Araújo.

Américo da Costa Ramalho.

António Santos da Cunha.

António Bartolomeu Gromicho.

António Calapez Gomes Garcia.

António Calheiros Lopes.

António Carlos dos Santos Fernandes Lima.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Camilo António de Almeida Gama Lemos de Mendonça.

João da Assunção da Cunha Valença.

João de Brito e Cunha.

João Cerveira Pinto.

Joaquim Trigo de Negreiros.

Jorge Pereira Jardim.

José António Ferreira Barbosa.

José Soares da Fonseca.

Laurénio Cota Morais dos Beis.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Ramiro Machado Valadão.