importante, parece ser de natureza a favorecer uma retoma na expansão da Europa Ocidental.

Gerias indicações indirectas levam a pensar que o investimento continua .1 diminuir na indústria. No entanto, nada revela que a confiança tenha sido abalada, nem que os planos de investimento estabelecidos recentemente tenham sido grandemente modificados. Acresce ainda que durante os últimos anos a composição de investimentos tem-se modificado a favor da construção industrial ou dos sectores conexos, visto que a construção de habitações tem sido objecto de medidas restritivas em numerosos países.

O afrouxamento na construção de habitações, já sensível em muitos países em 1955 e em 1956, acentuou-se em 1957 e tem prosseguido em 1958. De um modo geral, a manutenção a nível elevado das importações efectuadas pêlos países produtores de produtos primários e a baixa dos preços das matérias-primas têm sido os factores que mais têm contribuído para a melhoria sensível verificada na situação da balança comercial dos países da Europa Ocidental. O volume do comércio entre estes países e o volume das importações provenientes do ultramar foram durante o 1.° trimestre de 1958 inferiores às cifras verificadas nos. três primeiros meses do ano anterior. No que respeita às exportações com desuno aos países além- Europa observa-se uma evolução em sentido contrário.

Quanto ao aumento das reservas em divisas nos países da O. E. C. E., já anteriormente assinalado, julga-se que a evolução das exportações e das importações tem originado melhoria na balança de pagamentos da Europa Ocidental, nomeadamente perante a zona dólar. Simultaneamente, tem-se verificado uma melhor repartição das reservas no conjunto dos países europeus, ainda, que não tenham surgido modificações sensíveis nas posições da França e da Alemanha Ocidental - o primeiro destes países mantendo-se tradicionalmente devedor e o segundo acumulando sucessivos saldos positivos.

A melhoria recente das reservas em divisas é resultante de muitas causas, cuja influência se exerce em diversos graus na melhoria dos países: baixa dos preços de importação, contracção ou diminuição efectiva do volume de importações, manutenção a um nível elevado das exportações com destino aos países do ultramar, repatriamento ou concessão de novos empréstimos de capital a curto e a médio prazo. Contudo, se a actividade económica não vier a desenvolver-se em futuro próximo nos países industriais, nomeadamente nos Estados Unidos, é de prever que as exportações da Europa Ocidental com destino à zona dólar venham a diminuir durante o ano em curso. A subida contínua dos índices de preços dos bens de consumo tem induzido as autoridades responsáveis

nos diferentes países a adiar as modificações a introduzir na sua política económica. Entre os países que têm tomado ultimamente certo número de medidas visando a favorecer a expansão, quase todos têm pretendido neutralizar as consequências das medidas restritivas tomadas anteriormente - cujos resultados foram talvez demasiado longe-, e não propriamente estimular uma verdadeira expansão.

Na verdade, pensa-se que um abrandamento das restrições do crédito não será suficiente, por si só, para criar um clima mais optimista, e será conveniente, por consequência, que esta política seja secundada por medidas de natureza orçamental.

A escolha das medidas a tomar deve ser condicionada, não somente pelas previsões relativas à evolução futura da conjuntura económica da Europa Ocidental, mas ainda pelas políticas aplicadas até aqui e pelas repercussões que elas têm tido sobre os diferentes sectores da procura.

A melhoria das reservas em divisas em certos países e a sua repartição mais equilibrada fazem desaparecer uma das objecções que se podiam razoavelmente pôr à adopção de medidas destinadas a evitar um novo afrouxamento do crescimento da procura global.

Espera-se ainda que a retoma da economia americana comece a exercer os seus efeitos sobre a economia europeia. O mecanismo da recessão iniciada em 1957 foi, sem dúvida, mais complexo do que o das flutuações económicas verificadas em 1948-1949 e 1903-1954.

Na verdade, o desemprego aumentou mais rapidamente e a produção industrial acusou uma contracção mais acentuada do que anteriormente. A construção de habitações decresceu, enquanto que nas recessões de 1948 e 1953 se manteve durante alguns meses, para em seguida prosseguir num movimento fortemente ascensional. As novas encomendas na indústria manufactureira continuam a diminuir, enquanto que na mesma fase da recessão de 1948 tendiam a aumentar e no mesmo ponto da recessão de -1953 estavam já em franco progresso. Do mesmo modo, os stocks declinaram consideravelmente.

Mas o facto mais preocupante consiste na contracção dos investimentos das empresas em instalações e em equipamento, que se tem verificado a um ritmo mais rápido do que em 1948 e 1953, além de que desta vez a redução das despesas em investimentos promete ser mais prolongada. O efeito da primeira fase da recessão originou uma contracção da actividade económica superior às verificadas em 1948-1949 e em 1953-1954. O quadro seguinte reúne alguns elementos característicos a este respeito.

(Ver tabela na imagem)