Estimativa de algumas produções agrícolas em 1958 (a)

(Ver quadro na imagem)

Segundo as últimas previsões realizadas, continuará a produção dos cereais a processar-se a nível elevado, em especial a do trigo, em que a esperada quebra de 5 por cento em relação a 1957 se apresenta de fraco significado se atendermos à produção relativamente elevada desse ano. Tal produção, na verdade, superior em cerca de 30 por cento e da média do último decénio, deverá garantir a cobertura das necessidades do consumo interno, dispensando, deste modo, o recurso a importação.

Em relação ao centeio, aveia e cevada, o volume de produção deverá- situar-se a um nível superior ao de 1957 e bastante acima do das respectivas médias decenais.

Apresentam-se mais fracas do que as de 1907 as produções do milho (tanto de sequeiro como de regadio), da fava, do arroz e do grão-de-bico, embora as duas últimas se mantenham ainda acima das médias do decénio.

No feijão, de sequeiro e de regadio, as condições pouco diferem das do ano passado.

Quanto à produção da batata , principalmente a de sequeiro, deverá registar quebra, em parte determinada pelas condições desfavoráveis em que decorreu o escoamento da produção de 1957 nalgumas regiões do País, o que poderá ter determinado um certo retraimento dos produtores.

Prevê-se, de igual modo, uma baixa na produção do vinho e, mais acentuada ainda, na do azeite. Em qualquer dos dois casos, as produções deverão situar-se abaixo das respectivas médias do decénio.

Nestes termos, ponderando que as estimativas relativas a alguns produtos agrícolas que pesam na formação do produto originário da agricultura -o vinho, o trigo, a batata, o azeite e o milho - se apresentam desfavoráveis em relação a 1957, e atendendo a que algumas das melhorias verificadas se situam em produtos de menor importância em relação ao valor global, prevê-se que venha a registar-se em 1958 lima quebra na produção agrícola.

Porém, de um modo geral, na parte respeitante a esta produção, deve notar-se que nem sempre são significativas as comparações anuais, porquanto pode suceder que as variações próprias de algumas culturas importantes venham a reflectir-se apreciavelmente no resultado global. Inclui-se nestas observações o caso da

produção de azeite, que em 1958 corresponde a um ano de contra-sufra, pelo que não é de estranhar que venha a situar-se a um nível inferior ao registado em 1957.

Ainda para a produção de cereais, embora sé preveja em 1958 uma redução sensível em relação ao ano anterior, os volumes estimados são -com excepção do arroz - superiores u média do último decénio.

Pecuária A produção pecuária, expressa em quantidades de gado abatido e n provado para consumo público, continua a registar progresso, se bem que se situe ainda abaixo das necessidades do consumo interno. Deste modo. continua a recorrer-se u importação de carnes provenientes do exterior, principalmente do estrangeiro.

A produção interna, que em 1957 experimentara um aumento de 7 por cento em relação ao ano anterior e de 8 por cento em comparação com a média do decénio, acusou um novo acréscimo, agora de cerca de 10 por cento, durante os primeiros oito meses do corrente ano e em relação a igual período de 1957.

No quadro v podem observar-se as quantidades de gado abatido para consumo durante os últimos meses e as suas variações percentuais em relação ao ano anterior, donde se conclui terem sido as diferenças sempre positivas, embora de mais reduzida amplitude na parte que se refere ao 2.º semestre.

(Ver quadro na imagem)

Deste modo, parece poder concluir-se que a criação de gado decorreu favoravelmente, admitindo-se que as produções de carne e de leite venham a ser superiores às de 1957.

Silvicultura As estimativas da produção de cortiça em bruto e de resina de pinheiro em 1958 revelam, em relação à primeira, um pequeno acréscimo quantitativo e para a segunda, uma contracção não muito pronunciada.

Postas em confronto, as produções de 1957 e 1958 exprimem-se nos seguintes valores (em toneladas):