Como no ano anterior, o processo expansionista do crédito desenvolveu-se de maneira diversa no que se refere aos bancos comerciais, por um lado, e às caixas económicas, por outro. Enquanto nos primeiros continuou a fazer-se à custa de uma diminuição das reservas de caixa- muito menor, aliás, que em igual período

do ano findo, visto ter sido muito mais reduzida a contracção dos depósitos -, nas caixas económicas pôde realizar-se sem o recurso às reservas de caixa, dado o acréscimo dos seus depósitos à ordem.

Evolução da situação bancária

(Em milhares de contos)

(a) Só se consideram os depósitos em moeda nacional.

A balança de pagamentos e o comércio externo da metrópole No relatório da Conta Geral do Estado do ano de 1957, quando se apontou o saldo negativo de 180 000 contos apurado na balança de pagamentos desse ano, afirmou-se não constituir tal facto motivo de alarme especial, em virtude da sucessão de saldos positivos anteriores e do montante das reservas acumuladas.

O que poderia constituir motivo de apreensão era a situação de insegurança nos resultados, por dependerem em larga medida de factores que não eram perfeitamente controláveis. Na verdade, sem se conseguir alargar substancialmente p ritmo das exportações para o estrangeiro, e não convindo, por outro lado, limitar certas importações de que depende o desenvolvimento

económico, continuará a ser elevado o saldo negativo do conjunto das respectivas transacções, cuja cobertura tem assim de ir buscar-se aos excedentes das entradas de invisíveis sobre as respectivas saídas. Os saldos positivos da balança de invisíveis têm, com efeito, chegado quase todos os anos para equilibrar, e até ultrapassar, os referidos deficits das transacções comerciais com o estrangeiro, apresentando assim o saldo geral negativo do ano de 1957 natureza acidental. No ano em curso já a situação neste aspecto se apresenta em termos mais favoráveis, como pode ver-se no quadro XXXIV, do qual constam, desdobrados por áreas monetárias, os saldos da balança de pagamentos nos últimos anos.

Balança de pagamentos por áreas monetárias (a) (b)

(Milhares de contos)

(a) Não se inclui a parte das liquidações multilaterais que corresponde aos pagamentos de dólares no quadro do acordo da União Europeia do Pagamentos e ás transferências entre o Banco de Portugal "os outros bancos contrais, quer para a constituição de coberturas, quer para pagamentos nos termos dos acordos bilaterais.

(b) Elementos fornecidos pelo Banco de Portugal.

No final de Julho de 1958 a posição da balança de pagamentos era a mais favorável dos últimos três anos, com um saldo positivo de 360 000 contos, evidenciando uma melhoria em relação ao período homólogo do ano passado, que se cifra em cerca de l milhão de contos (971 000 contos).

Em face dos resultados tradicionalmente positivos do 2.º semestre de cada ano, é de esperar que o indicado saldo positivo apurado em Julho venha ainda a aumentar até ao final do ano, não obstante a descida do saldo de Junho para Julho.