portância para a reorganização industrial, embora esta se considere empreendimento prioritário do Plano, cujos encargos se computam em 7 500 000 contos, dos quais 2 000 000 serão provavelmente despendidos nos próximos seis anos.
O investimento inscrito para o fomento da pesca (550 000 contos) atende à importância que ocupam os produtos da pesca na dieta alimentar do povo português e no abastecimento de matéria-prima à indústria das conservas e ainda ao benéfico reflexo que o seu fomento terá sobre a indústria da construção naval, em que se prevêem investimentos no valor de 800 000 contos. O desenvolvimento desta última actividade considera-se vantajoso pela influência considerável que poderá exercer na balança de pagamentos.
A importância a despender com a indústria mineira - 400 000 contos - insere-se na execução do plano de fomento mineiro já considerado no I Plano. Pretende-se, na verdade, reorganizar a indústria, habilitando-a a trabalhar com mais preciso conhecimento das possibilidades do subsolo, com mais completo e moderno equipamento e melhor técnica, de modo a reunir condições que lhe permitam mais facilmente concorrer aos mercados internacionais.
É, no entanto, no domínio das indústrias-base que o esforço a empreender é mais vultoso - 4 020 000 contos, correspondendo a 68,7 por cento do total a investir no sector. Das indústrias-base com investimentos programados no Plano (siderurgia, refinação de petróleos, celulose e papel e adubos azotados), é a siderurgia que, pela função primordial que se espera venha a desempenhar na economia portuguesa, absorve a maior parte das despesas a realizar nas indústrias-base.
Nestes termos, para o fomento da electricidade no continente estão previstos investimentos na sua produção, transporte e distribuição no valor, respectivamente, de 3 000 000, 500 000 e l 000 000 de contos.
Estão programados apenas investimentos para os transportes ferroviários -1 500 000 contos - e marítimos - l 600 000 contos. Para os primeiros impõe-se o prosseguimento do plano de electrificação da rede ferroviária, enquanto para as linhas que não é possível electrificar se prevê a aquisição de locomotivas, automotoras e tractores Diesel. Quanto à frota mercante, importa continuar a obra realizada: substituir as unidades envelhecidas e, ao mesmo tempo, prosseguir numa política de expansão, de modo a atingir o objectivo de satisfazer no mínimo 60 por cento das necessidades de transporte marítimo do País.
Dos restantes l 870 000 contos de investimentos previstos, 62,6 por cento são dedicados ao alargamento e apetrechamento dos nossos portos e aeroportos, em especial dos portos de Lisboa, Porto e Leixões e do Aeroporto de Lisboa.
Dadas as necessidades crescentes em matéria de comunicações telefónicas, inscreveram-se 700 000 contos para este fim.
O desenvolvimento económico em que o País está empenhado implica que a mão-de-obra possa corresponder às exigências crescentes da evolução tecnológica nos sectores da agricultura, da indústria e dos serviços. Deste modo, como aconteceu no I Plano, inscrevem-se 400 000 contos para a construção de trinta novas escolas técnicas e para a conclusão de trabalhos suplementares em escolas iniciadas na vigência do I Plano.
Das fontes de financiamento indicadas destacam-se, pela sua importância relativa, o Orçamento Geral do Estado, as instituições de crédito e particulares e o crédito externo, que, no conjunto, fornecem cerca de 75 por cento dos recursos a mobilizar.
Perspectivas da conjuntura em 1959