Como se, vê dos dois últimos quadros, a situação favorável que a província desfrutou em 1936 não se repetiu no decurso de 1957, razão por que as, exportações se viram reduzidas em 12 028 771 kg e, correspondentemente, a uma baixa, em valor, de 16:395.923$, redução que encontra explicação no facto de, nas exportações de l956, se contarem as acumulações dos anos anteriores.

Quer dizer: as exportações feitas foram, em percentagem, apenas de 83,72 por cento das quantidades e 91,93 por cento dos valores regalados no ano de l956, sendo assim, de certo modo, apreciável a depreciação que no total das duas médias se obtém, pois se alcança a alta percentagem de 24,35 por cento.

O arroz, que em 1936 somou, em tonelagem e valor respectivo, contingentes deveras apreciáveis no cômputo total das exportações, viu-se relegado em 1957 para um lugar bastante secundário, exprimindo apenas l,79 por cento do volume exportado anteriormente e pouco mais de 1.88 por cento da quantia correspondente em igual período

A borracha, a cera, o cotonete e o bagaço de amendoim tiveram também retrocessos tanto ou mais importantes, pois as respectivas exportações ficaram muito aquém das que se fizeram no ano de 1956, registando, por exemplo, a exportação do cotonete 63,5 por cento da tonelagem antecedente e 68,35 por cento do montante em escudos.

As menores valias dos restantes produtos oscilam enter 55 e 60 por cento mais ou menos, com acentuado relevo, porém, para a borracha, que, com base no movimento de exportação de 1956, representa um decréscimo substancial, que atinge, expressivamente, menos 49 674 kg e 416 390$.

Em posição oposta às diferenças citadas, revelam-nos ainda os quadros considerados que os couros, a mancarra e o óleo de palma, subiram, tanto nas quantidades como nos valores atingidos.

Entre estes últimos produtos evidencia-se a mancarra, que, em relação a 1956, subiu l 532 213 kg e 17:868.681$.

Logo a seguir aparecem os couros, com mais 76 368 kg e 9 850 070$, e o óleo de palma, com mais l6 696 kg e 4 313$, respectivamente.

Por último, sem qualquer movimento com referencio aos registos que se fizeram antecedentemente, mostra-nos o último quadro que essa circunstância só se constatou nos seguintes produto: óleo de amendoim, óleo de coconote e derivados de produtos não especificados.

Posto isto, segue-se uni quadro elucidativo das exportações da províncias distribuídas pelos países consumidores, em quantidade e valor respectivos, considerando-se, para efeitos de comparação, cada um dos anos do quadriénio de 1954-1957:

Verifica-se que a quase totalidade da exportarão é absorvida pela metrópole, tendo esta aumentado em l957, em relação ao ano anterior, a sua percentagem de mercadoria importada da Guiné. Em contrapartida, porém, registou-se uma grande queda nas exportações para o estrangeiro.

Estas últimas exportações dirigem-se sobretudo para a Holanda, Alemanha. Inglaterra e França e, esporàdicamente, para a Finlândia, Itália, Suécia e Bélgica, em contingentes, todavia, de fraca influência no seu valor global.

Vejamos agora, partindo de elementos extractados da conta do "Fundo cambial" da província relativa ao período de l de Janeiro a 31 de Dezembro de l957, o que nos oferece a balança de pagamentos. Eis um resumo da mencionada conta

Para pagamentos de importações nacionais ...... 83:966.503$14

Idem para estrangeiros ........................ 22:024.531$97

Para cobertura de mesadas de funcionários e

Idem a funcionários e particulares, por transferências autorizadas por motivo de saída da província ......................... 12:968.530$23

Deste número se infere que em 1957 a balança de pagamentos acusou um saldo favorável de 23:332.237$12, que, a despeito do excedente das importações sobre as exportações neste ano realizadas, foi superior ao registado em 1956 em mais 4:339.437$78.

E, claro, neste saldo não foi considerada a presença, de certo modo benéfica, dos chamados "invisíveis", que, embora indetermináveis, pesam, sem dúvida alguma, nos resultados apurados, porquanto na Guiné os "invisíveis" sempre foram e continuam a ser muito importantes.

E, a terminar, tal como fixemos para Cabo Verde, eis algumas rápidas considerações acerca da vida agrícola da Guiné e das condições em que se produz o que de lá se exporta:

Como é sabido, a vida económica da Guiné assenta na exploração do solo. Mancarra, arroz e produtos da palmeira chamada "dendém" (coconote, principalmente)