não tem projecto que lhe marque lugar destacado e, consequentemente, acompanha as flutuações internacionais. Somente beneficia na qualidade dos produtos e da sua aceitação naqueles mercados.

Como se disse, o maior valor económico e o que mais expressão tom no conjunto da exportação da província é o cacau. E é precisamente com este produto que se passa o que acabamos de dizer.

O quadro que segue mostra-nos exactamente a posição do comércio externo da província nos últimos quatro anos, com indicação dos respectivos saldos da balança comercial:

Em relação ao ano de 1956, como se vê, melhorou bastante o saldo da balança comercial. Adiante se analisarão as causas que determinaram essa mais-valia.

Desde há longos anos, quase desde sempre, tem sido o sector agrícola o grande valor real das actividades económicas da província. A exploração dos cinco produtos - cacau, café, coconote, copra e óleo de palma - considerados ricos tem impedido a cultura de outros subsidiários mas essenciais à vida da província, que por isso são importados da metrópole, de outros territórios ultramarinos e do estrangeiro. Estão neste caso as substâncias alimentícias, que são todas importadas, com excepção do óleo de palma, que é utilizado pelos nativos e pela população oriunda de outras províncias ultramarinas que temporariamente presta serviço na agricultura de S. Tomé e Príncipe.

É interessante o quadro seguinte, em que se põe em confronto a distribuição que houve dos saldos pelos diversos territórios fornecedores e compradores,

dando-nos assim a posição da balança de pagamentos da província em relação aos últimos quatro anos:

(a) Em contos.

(b) Exportações sobre importações.

A metrópole tem vindo marcando acentuada posição negativa na balança de pagamentos, isto é, tem comprado à província apenas uma parte correspondente ao valor do que paru cia tem exportado, que é representada na percentagem indicada no quadro acima, a qual exprime a medida em que as exportações cobrem as importações. Assim, a metrópole, que em 1955 quase tinha atingido afinal a igualdade, isto é, tinha comprado a província produtos no valor aproximado de mercadorias que forneceu (98,2 por cento), em 1956 desceu essa percentagem para 83 por cento, para em 1957, com 90,2 por cento, mostrar novamente tendência saudável para o restabelecimento do equilíbrio.

As províncias ultramarinas mantiveram, em 1957, a mesma percentagem de 1956, continuando a ter pequena expressão como mercados consumidores. De resto, compreende-se que assim seja, pois não existem nesses territórios indústrias laboradoras dos produtos de S. Tomé, ao passo que são produtoras de géneros alimentícios que S. Tomé importa na sua totalidade, principalmente de Angola.

Quanto aos países estrangeiros, as percentagens dos últimos quatro anos, conquanto favoráveis à economia da província, são bastante díspares, e isto porque em 1954 o valor excepcional das cotações dos produtos de S. Tomé originou uma elevada percentagem, que no ano seguinte sofreu uma queda brusca motivada não só por menores quantidades exportadas, como também por mais baixas cotações, verificando-se, todavia, em 1956, uma melhoria de posição, devida unicamente ao facto de terem sido exportadas maiores quantidades de cacau,

pois as cotações continuaram a descer. Porém, em 1957 a mais-valia de percentagem traduz, com excepção do cacau, mais o resultado de melhores cotações do que propriamente uma maior margem de aquisições a província.

Passando à análise do custo da tonelada importada e do rendimento da tonelada exportada, verificam-se, respectivamente, os seguintes valores: em 1957,

4.82$12 para a primeira e 8.721$76 para a segunda.

Tomando 1938 como ano-padrão, podemos elaborar o seguinte quadro:

de cuja apreciação se infere que em 1957 e em relação a 1956 desceu de nove unidades o custo da tonelada importada, valorizando-se a exportada em catorze unidades, isto é, o agricultor leve, em 1957, mais valorizados os seus produtos e o comércio maior benefício auferiu com o custo menor da importação.

Seguem-se dois quadros relativos a importação para consumo e exportação nacional e nacionalizada, respectivamente distribuídos pêlos seis classes da nomenclatura aduaneira, que nos indicam as tendências do comércio externo.