Conforme se constata, continua a acentuar-se na importação a preponderância da classe que engloba os aparelhos, os instrumentos, as máquinas e os veículos, embora a sua percentagem sobre o total das importações tenha baixado de 34 por cento para 30.3 por cento, lista descida relativa proveio, ao que parece, de se ter mantido o volume das importações desta classe, enquanto em todas as outras houve um aumento homogéneo.

O preço médio por tonelada dos produtos que a compõem marcou sensivelmente em 1957 o mesmo nível registado no ano anterior, o mesmo acontecendo nas restantes classes mais representativas.

Isto é. todas as classes da pauta aduaneira registaram um 1057, em relação a cada uni dos anos anteriores, um aumento sugestivo nos valores respectivos das mercadorias importadas sob a sua designação. Este aumento tem assim sido incessante, de ano para ano, e, se aparece como, salutar manifestação do desenvolvimento económico da população da província e das suas maiores possibilidades de consumo, é, em contrapartida, motivo, por vezes capital, do desequilíbrio da balança de pagamentos, que, -por sua vez, pode conduzir à grave recessão

da economia: defrontam-se as já clássicas crises cambiais c> as questões de transferências, nalguns casos difíceis de resolver.

Como se vê. neste clima de expansão observado em Angola os bens de equipamento, ao Indo dos bens de consumo de primeira necessidade, continuam a constituir o objecto da maioria das compras da província ao exterior, e em 1957 a tendência crescente das importações não só se manteve, como se acentuou de forma manifesta, embora, do uma maneira geral, mais em relação ao valor do que à tonelagem, em consequência do encarecimento do preço da tonelada dos produtos de maior representação na tabela das importações.

Achamos que a política indiscriminadamente restritiva das importações não pode ser o remédio eficaz quanto a economias em plena expansão e crescimento: é no incremento da s produções destinadas à exportação e no progresso das indústrias que se deve encontrar o remédio mais eficiente para este mal-estar da economia.

Assim, passemos a analisar o que se passa com a exportação de Angola.

Analisemos o quadro seguinte, representativo dos vinte principais produtos de exportação da província:

Vejamos o que estes números nos dizem.

Em primeiro lugar se vê que nos três últimos anos, se manteve o predomínio dos produtos de origem agrícola sobre os restantes, embora cm 1957 a sua posição relativa tinha decaído ligeiramente, como se pode observar no quadro seguinte, referido, tal como o anterior, a cada um dos anos do quadriénio 1954-1957:

No grupo de produtos de origem agrícola observa-se que em 1957 o café sofreu uma quebra de 11 723 t, a que correspondem 117 338 contos, não obstante a melhoria do preço médio da tonelada exportada, que passou de 18.319$ para 19.667$.

O sinal aumentou, por sua vez, fortemente as exportações, passando de 37 795 t para 46 711 t, volume que até agora nunca tido sido atingido por este produto. O preço médio da tonelada exportada acusou no entanto um recuo - 4.858$ para 4.079$, pulo que o acréscimo verificado quanto ao valor foi apenas de 6902 contos.

As vendas de milho efectuadas para o exterior foram muito pequenas, ao que se sabe, em virtude de o respectivo Grémio ter aguardado uma melhoria de preço. Assim, segundo informação da província, os stocks deste cereal no final do ano de 1957 elevavam-se a 101 992 t. Por este facto, o recuo em relação a 1906 foi da ordem das 99 757 t, no valor de 149 284 contos. O preço médio das 309641 exportadas foi de 1.377$, inferior, portanto, ao conseguido no ano anterior, isto é, em 1956.

Por outro lado. houve um acréscimo no volume das exportações do óleo de palma, cujo preço médio da tonelada exportada acusou uma subida de 98$ em relação ao ano anterior.

Quanto ao açúcar, também as suas exportações aumentaram substancialmente - mais 9031 t, a que correspondem 20 454 contos.