O algodão manteve a tendência já manifestada em 1956 e registou um aumento apreciável no valor da tonelada exportada, que passou de 15.922$ para 16.893$. Deste aumento de valor é de uma maior exportação resultou um acréscimo de 30315 contos em relação a 1956.

O feijão continuou a decair, não tendo as vendas para o exterior ultrapassado as 12 554 t.

A crueira sofreu unia quebra substancial menos 27,2 por cento quanto ao valor e 28,8 por cento quanto à tonelagem, mas o preço médio da tonelada exportada aumentou razoàvelmente.

A exportação do coconote aumentou de 3231 t e 10 008 contos.

Por sua vez, as madeiras, muito embora não tenham atingido a tonelagem e o valor de 1955, tiveram, todavia, em 1957 um nítido aumento em relação a 1956, com mais 10 000 t e 9299 contos. O preço médio da sua tonelada exportada flectiu, porém, ligeiramente, descendo de 1.257$ para 1.202$.

Finalmente, o cacau aumentou a sua exportação tanto em tonelagem como em valor, tendo também aumentado o preço médio da tonelada exportada - de 13.072$ para 13.880$.

Quanto aos produtos de origem animal, observa-se que os derivados da pesca continuam a assumir o lugar predominante e a representar a sua quase totalidade.

De entre eles avulta, pelo volume sempre crescente das suas produções, a farinha de peixe, cuja exportação atingiu em 1957 o número record de 94 149 t e 328 353 contos, não obstante a quebra verificada no preço médio da tonelada exportada, que passou de 3.788$ para 3.488$.

Também no que se refere ao óleo de peixe o preço médio da tonelada exportada decaiu de maneira sensível - de 5.700$ para 5.200$. Contudo, as exportações, como se vê, aumentaram substancialmente, acusando em 1957 uma mais-valia de 32 653 contos em relação ao ano anterior.

Quanto ao peixe seco, aumentaram as suas exportações tanto em tonelagem como em valor, mais acentuadamente neste último em virtude do encarecimento do preço médio da tonelada exportada, que de 4.839$ em 1956 ascendeu a 4.960$ em. 1957.

No que se refere às conservas de peixe, em 1957 não se alterou a cotação anterior de 16$50 o quilograma. Todavia:, em relação a 1956 as exportações tiveram um aumento de 331 t e 5093 contos.

Finalmente, dentro desta classe, citaremos ainda a cera, que, apesar de o preço médio da tonelada exportada ter subido de 32.180$ para 33.478$, sofreu uma quebra de 2235 contos.

Por último, nos produtos de origem mineral, destacam-se os diamantes, com uma exportação de 869 105 quilates, no valor de 427 157 contos, o que representa, em relação a 1956, um aumento de 24,5 por cento.

Por outro lado, foi notável o alimento do preço médio da tonelada exportada de manganês, que atingiu 1.240$, contra 928$ em 1956. Contudo, exportou-se menos 34,4 por cento da tonelagem do ano anterior, o que representa uma contracção no valor de 4139 contos.

Quanto ao cobre, constata-se um aumento de 5368 contos, reflexo não só da maior tonelagem exportada, como também do preço médio da tonelada, que passou de 14.075$ pára 14.746$.

Ainda, pelo seu especial significado, é de notar, extraquadro, o aparecimento entre os principais produtos exportados pela província dos minérios de ferro e de ferro manganífero, com 92 674 t e 40 347 t, respectivamente.

Posto isto, não queremos deixar de nos referir também ao novel produto de exportação de Angola: o petróleo.

A prospecção sísmica incidiu principalmente em várias regiões da zona do Cuanza-Norte, inclusive Luanda, e sobre a vasta área de Quiçama, ao sul do rio; na zona norte efectuaram-se trabalhos de pormenor, conducentes a um mais perfeito conhecimento da tectónica da estrutura de Luanda, enquanto na Quiçama foram descobertas algumas boas estruturas, nomeadamente a de Longa, que brevemente vai ser sondada.

O trabalho da brigada sísmica pode sintetizar-se nos seguintes índices numéricos:

Além da continuação metódica de prospecção geológica e geofísica, os trabalhos de sondagem, concentraram-se principalmente no desenvolvimento da produção das estruturas de Benfica e de Luanda, com o objectivo de se provar, o mais rapidamente possível, a existência de uma reserva que permita garantir a viabilidade económica da exploração.

Porém, os resultados já obtidos levaram S. Ex.ª o Ministro do Ultramar a declarar a viabilidade da exploração, em despacho de 24 de Julho de 1957, e, ao abrigo deste despacho, deu-se início imediato à construção da refinaria de Luanda, a qual está já em ensaios de laboração e cuja ampliação se prevê.

Em 1956 iniciaram-se as exportações de petróleo, muito embora em pequena quantidade, pois até final do ano apenas saíram 4280 t, com destino à Sacor. Em 1957, porém, essa exportação elevou-se para 10 042 t.

Tal como se fez para. a importação, eis agora um quadro das mercadorias exportadas, segundo as classes da pauta aduaneir a e relativo a cada um dos anos constituintes do quadriénio 1954-1957:

Como se vê, as «matérias-primas» e as «substâncias alimentícias» continuam a esgotar, quase por completo, a totalidade do valor da exportação. Contudo, as respectivas percentagens sobre o total - 35,77 por cento para as primeiras e 63,42 por cento para as segundas - sofreram variações de sentidos contrários em relação a 1956, devido, na sua maior parte, segundo cremos, às quebras na exportação do café e do milho, que, não tendo sido compensadas pelo aumento das farinhas de peixe, fizeram assim baixar a percentagem com que participaram as «substâncias alimentícias».

No entanto, o seu preço médio aumentou, enquanto o das «matérias-primas» diminuiu.

Segue-se um quadro elucidativo da evolução das exportações de Angola para a metrópole, restantes províncias ultramarinas e países estrangeiros em cada um dos anos do quadriénio 1954-1957.