Por aqui se vê que em 1957 não variou a posição relativa dos três blocos, continuando o estrangeiro a figurar como principal cliente, embora com uma comparticipação menor que nos anos anteriores, em benefício da metrópole e das restantes províncias ultramarinas. Contudo, também como nos anos anteriores, continua a ser modesto o contingente exportado para as restantes províncias ultramarinas.

E, tal como fizemos, para a importação, analisemos seguidamente um quadro que mostra a posição relativa dos países cujas compras a Angola ultrapassaram em 1957 a casa dos 10 000 contos, fazendo figurar no dito quadro não só o valor da exportação, mas também as respectivas percentagens em relação ao total exportado, fazendo a comparação com 1956:

Conforme se verifica, os Estados Unidos da América continuam a ser os primeiros compradores dos produtos de Angola. Eles referem-se quase na sua totalidade (827 827 contos) ao café, tendo, contudo, atingido um nível elevado as farinhas de peixe (36 464 coutos) e o sisal (11 722 contos).

A sua posição relativa -passou de 19,01 por cento para 27,03 por cento.

A seguir aparece-nos a metrópole, cuja posição relativa também aumentou (de 16,57 por cento para 18,42 por cento). As suas aquisições formam uma numerosa gama de produtos, destacando-se, todavia, o algodão em rama (124 385 contos), o café (112 898 contos), o açúcar (93 942 contos), o óleo de palma (45 691 contos), o coconote (33039 contos), o sisal (32704 contos),13 madeiras (29 268 contos), o milho (27 148 contos), a cera (24136 contos) e a crueira (13978 contos). Somente decaíram as compras de milho e feijão. As dos restantes produtos registaram aumentos, por vezes substanciais, como as do algodão em rama, que passaram de 94 070 contos em 1956 para em 1957 atingirem o quantitativo já indicado, e das farinhas de peixe, que passaram de 713 para 3127 contos.

O Reino Unido, por sua vez, também melhorou a posição e guindou-se ao terceiro lugar, que em 1956 era ocupado pela Holanda. A base das suas compras na província são os diamantes, que em .1957 atingiram 89,8 por cento das suas importações de Angola. Embora a grande distância, podem citar-se ainda as

farinhas de peixe, com 10413 coutos, e o café. com 8816 contos.

Segue-se a Holanda, cujo quarto lugar ocupado na escala dos clientes da província se deve principalmente ao café (290 461 contos). Muito embora as suas compras tenham diminuído substancialmente em relação às de

1956. como se vê no quadro anterior, a sua posição continua a ser preponderante. As suas compras de farinha de peixe são avultadas (76 863 contos), sendo ainda de assinalar as de sisal (6709 contos), as de resíduos de café para fins industriais (6504 coutos) e as de madeiras (5596 contos).

Em quinto lugar aparece-nos a Alemanha, que mantém a primazia das compras de farinhas de peixe (109 343 contos) e respectivos óleos (07 253 contos).

Revelou-se também um cliente de interesse para a província quanto ao sisal (20 036 contos) e quanto às madeiras (5468 contos).

Entre os restantes clientes da província assinalam-se ainda como mais importantes a Bélgica-Luxemburgo, cujas importações baixaram 83 589 contos e que se mostrou principalmente interessada no café e seus desperdícios para fins industriais,. nas farinhas de peixe e no sisal; a França, que também reduziu as suas compras, cotando-se, contudo, como o principal cliente da. província no sisal e na crueira, e o Canadá, que, situado em sexto lugar em 1!."56, caiu em 1957 para o nono lugar, com menos 189 017 contos, por força da enorme redução das suas compras de café.

E a terminar apontam-se ainda os aumentos das compras feitas a Angola por Moçambique e S. Tomé e Príncipe, aumentos esses que se cifram em 17 338 contos e 2751 contos, respectivamente.

.Posto isto, e porque se trata da mais importante província ultramarina portuguesa, da qual, pelas suas dimensões, riqueza de solo, indústrias, ele., muito ainda há a esperar, vamos bordar, em rápido sumário, algumas considerações sobre a sua situação económica, que nos são sugeridas pela análise conclusiva dos números expostos nos diversos quadros que acompanham o presente relatório e socorrendo-nos também de informações colhidas em fontes autorizadas.

A primeira observação, a recair sobre a posição da agricultura -principal fundamento da economia angolana-, apura que, apesar da irregularidade de-distribuição das chuvas, o ano de 1957 se apresentou produtivo, persistindo as melhorias verificadas no ano anterior e consolidando-se assim a estabilização que sobreveio à depressão de 1955, pois que, como se sabe, esta resultara tanto das baixas cotações dos principais géneros agrícolas de exportação como das quebras de produção da agricultura, causadas pelas desfavoráveis condições climatéricas que perduraram através daquele ano.

E os resultados da produção tiveram directa redundância sobre as remessas da exportação, que subiram, como se viu, de 605 673 t em 1956 para 694 020 t em

1957. Por sua vez, os valores correspondentes ascenderam de 3 289 026 para 3 362 763 contos.

Todavia, o comércio externo da província evidenciou o deficit de 202 815 contos, pois o acréscimo das exportações não compensou o aumento havido nas importações, porque, embora quanto à tonelagem movimentada se tenha de novo acentuado em 1957 a tendência para o seu incremento, o preço médio de importação da mesma registou um novo agravamento -de 7.091$ para 7.537? -, enquanto o da exportação continuou a decair, baixando de 5.430$ para 4.845$. É de notar, porém, que as oscilações nos preços médios da tonelagem importada e e xportada não se relacionam unicamente com a flutuação das cotações, mas também com