Como complemento do anterior, apresentamos seguidamente um quadro elucidativo do destino que tiveram os produtos exportados pela província em 31 de Dezembro de cada um dos anos do quadriénio 1954-1957: Verifica-se aqui que a metrópole continua a ocupar o primeiro lugar, com uma percentagem de 41,31 por cento. Segue-se-lhe a União da África do Sul, com 12.32 por cento - um pouco inferior à de 1956 -, e a índia, com 11,12 porcento, que corresponde a pouco menos do dobro da percentagem do ano de 1956. ÀS percentagens dos restantes países consumidores são relativamente fracas, destacando-se, no entanto, entre estes a Inglaterra, as Rodésias e a Niassalândia, a França e as províncias ultramarinas restantes, todos com percentagens que se não afastam muito das de 1956.

330. Finalizando o nosso relatório sobre o panorama do comércio externo de Moçambique, achamos cabimento aqui para uma breve análise da agricultura e da indústria da província, .a fim de que melhor se compreenda o porquê dos diversos números apresentados.

Como já anteriormente demos a entender, embora de uma maneira sumária, a agricultura tem na vida económica de Moçambique uma importância superior às indústrias transportadora, transformadora e mineira, que, aliás, salvo quanto ti primeira, têm ainda horizontes relativamente modestos.

Nenhum 'produto agrícola tem na província maior reflexo na sua balança comercial e no volume das transacções com o indígena do que o algodão.

O desenvolvimento da cultura algodoeira em Moçambique iniciou-se «m 1932, quando, pelo Decreto n.º 21 226, se instituiu na metrópole um prémio para o algodão das províncias ultramarinas. Até então a sua produção média anual em Moçambique não ia além de 1500 t. Mas logo nos anos seguintes as exportações do produto começaram a elevar-se, atingindo no sexénio 1933-1938 a média de 4804 t. Neste último ano. com a criação da Junta do Algodão e por força d« uma maior expansão da cultura, as exportações elevaram-se de novo, atingindo no quinquénio 1949-1953 a média anual de 9613 t. Em 1943 foi criado o Centro de Investigação Científica Algodoeira e com o Decreto n.° 35 844 dou-se novo impuls o à sua cultura. Em consequência, as exportações deram um novo pulo, atingindo rapidamente a média anual de 22 895 t no quinquénio 1944-1948: e nos anos posteriores não cessaram de se elevar, alcançando na campanha 1902-1053 uma produção da ordem das 40 000 t.

O aumento da produção algodoeira de Moçambique resultou, até 1943, de uma contínua extensificação da cultura. Mas de então para cá diminuíram as áreas em cultura, aumentando todavia rapidamente o rendimento unitário - de 100 kg/ha em 1940 para 400 kg/ha em 1953.

Em 1955, pelo Decreto n.º 40405, foram alteradas certas disposições do regime