Eis seguidamente o balancete da filial em Macau do banco emissor referente a 31 de Dezembro de 1957, a que atrás nos referimos, e que reproduzimos na íntegra, por ser bastante elucidativo do comércio bancário da província no ano de 1957.

Garantia de liquidabilidade:

Valores da reserva monetária .........$ 16:821.021,77

Letras descontadas sobre a praça á menos de

Letras descontadas em carteira comercial...$ 213.782,85

Sede - Reserva de liquidabilidade..........$ 9.360.000,00

Devedores gerais a menos de seis meses ... $ 3:492.222,89

Contas correntes e empréstimos caucionados á

$44:191.645,90

Valores de conta alheia ...................$ 2:011.269,95

Valores de conta dos departamentos do banco$ 95.920,95

Valores em conta com o Tesouro.............$53:135.496,75

Total.............$ 166:356.678,35

Passivo

Créditos exigíveis de ponto:

Notas e cédulas em caixa ..........$ 48:140.509,00

Notas e cédulas para inutilizar ...$ 25.650,00

Notas inutilizadas remetidas à

$ 48:443.656,00

Circulação ................. $ 22:739.709,00

Letras a pagar .............. $ 21.468,49

$ 44:186.533,88

Tesouro público - conta corrente...$ 53:135.496,75

Total.............$166:556.678,35 As reservas do banco emissor mantiveram-se no quadriénio de 1954-1957 muito acima dos limites legais, conforme se vê do quadro que segue:

350. Própriamente sobre o comércio bancário, podemos elaborar agora o seguinte quadro, confrontando os valores do sistema bancário nos quatro anos em referência:

Daqui se vê que os depósitos à ordem diminuíram ligeiramente em 1957, em relação aos efectuados em 1956, mas foram, todavia, superiores, aos dos anos de 1954 e 1955.

Manteve-se em 1957 suspenso o funcionamento dos depósitos a prazo, razão por que nada consta no quadro antecedente.

Na carteira comercial registou-se em 1957 um menor volume na distribuição de crédito e os empréstimos diversos acusaram igualmente uma redução de cerca do 50 por cento em relação a 1956.

.Continua elevadíssima, no entanto, a percentagem das reservas de caixa para os depósitos à ordem, cujo limite legal é de 20 por cento.

E, porque Macau continua numa situação económica delicada, vamo-nos estender um pouco mais nas nossas considerações acerca do movimento bancário, reflexo da vida económica da província.

Como é sabido, a crise económica que afecta Macau tinha forçosamente de ter naturais reflexos no volume de operações bancárias; contudo, à semelhança do que aconteceu em 1956, e graças ao volume das exportações da província para Angola e Moçambique, o montante destas operações elevou-se, como, aliás, se viu já nos quadros patentes.

O movimento global de depósitos elevou-se em cerca de 25 por cento, de $ 64:329.000,00 em 1956 para $ 79:956.000,00 em 1957.

O crédito acompanhou, por sua vez, o aumento verificado no movimento do depósitos (de $ 4:593.000,00 de desconto e $ 3:863.000,00 de conta corrente e empréstimos caucionados em 1956 para $ 5:513.000,00 e $ 4:962.000,00, respectivamente, em 1957), o mesmo acontecendo ao movimento geral de letras sobre o estrangeiro (que se elevou de $ 2:747.000,00 em 1956 para $ 3:646.000.00 em 1957) e aos saques e Ordens de pagamento emitidas (de $ 8:422.000,00 para $ 15:377.000,00).

Em resumo, constata-se que o movimento global da filial em Macau do Banco Nacional Ultramarino, banco emissor de $ 865:597.000,00 em 1956 para $ 1.046:048.000,00 em 1957. Houve, portanto, um aumento de 180 milhões de patacas sobre o ano anterior, o que é realmente um auspicioso indício de uma melhoria económica. A cunhagem de moeda metálica, divisionária foi autorizada, pelo Decreto n.° 38 607, de 19 de Janeiro do 1952, e destinou-se à substituição das cédulas e notas que se vão inutilizando. A sua situação em 31 do Dezembro de 1957 era a que segue.