Os impostos directos têm tido bastante desenvolvimento a partir de 1950. De 1938 até este exercício pouco mais do que duplicaram. Atingiram então 1 655 000 contos. Nos sete anos seguintes subiram para 2 410 000 contos, ou 750 000 contos mais do que no período anterior, apesar de se ter dado uma forte desvalorização na moeda nos anos entre 1938 e 1950. Se forem examinadas as rubricas em pormenor, nota-se a fraca evolução da contribuição predial, apesar do considerável desenvolvimento da construção civil, e hão-de ver-se adiante as causas. Na contribuição industrial - a que pertencem 737060 contos em 1957, contra menos de 190 000 em 1938 - o aumento foi bastante grande. As cifras nas restantes rubricas duo ideia clara evolução do imposto. O seu exame mostra as vicissitudes por que passou a cobrança, sendo de notar nos últimos anos a preocupação de trazer ao imposto complementar rendimentos que parecem ter estado afastados dele. Neste caso as diferenças em relação a 1938 são muito pronunciadas.

As rubricas mais produtivas nos impostos directos são, por ordem decrescente, a contribuição industrial, a contribuição predial, o imposto sobre as sucessões e doações e o imposto complementar. Os aumentos mais salientes têm sido neste último imposto; dada a evolução dos últimos anos, em breve ultrapassará a contribuição predial e o imposto sobre as sucessões e doações.

Contudo, o sistema de lançamento do imposto complementar carece de modificações de estrutura que o poderão tornar mais rendoso. Parece haver matéria tributável susceptível de ser integrada neste imposto e que- dele agora anda arredia, o que dá lugar a anomalias na sua repartição.

Convém separar as contribuições dos impostos, embora eles estejam intimamente relacionados.

Os três primeiros representam no fundo as percentagens sobre rendimentos efectivos. Os números seguem:

Rendimentos colectáveis Um rápido comentário aos números permite dar a origem discriminada das receitas incluídas no quadro.

Quanto à contribuição, predial, a evolução dos rendimentos colectáveis na rústica tem sido muito lenta: uns parcos 253 000 contos desde 1936. Assim, a melhoria nesta contribuição provém em grande parte da urbana, que tende a aumentar. O seu rendimento colectável subiu de 918 000 contos em 1936 para 2 165 000 em 1957.

Foi, porém, na contribuição industrial que mais se acentuou o desenvolvimento da matéria colectável. Os números que se publicam a seguir dão ideia da evolução dos rendimentos colectáveis nas principais rubricas dos impostos directos: