à despesa de consumo privado, quais as tendências da com anos anteriores mostrará claramente as fraquezas importação e até o seu quantitativo no ano a seguir, da nossa balança do comércio. O aumento de consumo ainda é agravado pela importação de máquinas e outros produtos necessários à obra de fomento.

Há-de ver-se adiante, para 1957, quais as rubricas que assinalam maiores importações. A sua comparação com anos anteriores mostrará claramente as fraquezas da nossa balança do comércio.

68. Publica-se a seguir um quadro que discrimina as importações por classes da pauta aduaneira:

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Em 1957 as matérias-primas tiveram muito maior preponderância do que em 1956. Representam 55 por cento do total e exprimem um aumento de mais de l 600 000 contos. Este acréscimo num ano revela as dificuldades nacionais, que hão-de aumentar com os consumos.

Não se vê, nos anos mais próximos, modo de resolver satisfatoriamente este problema.

O relator das contas tem feito o possível no sentido de se fazer um estudo discriminado das matérias-primas nacionais e ultramarinas, por forma a abastecer com produtos de origem nacional o mercado europeu e do ultramar.

Esse estudo ainda não foi feito, mas é indispensável que se faça. Há grandes possibilidades nesta matéria na metrópole e no ultramar. Para as aproveitar é indispensável não só o conhecimento das condições em que podem ser produzidas, como também uma estreita coordenação dos diversos territórios nacionais.

Um dos casos mais típicos nesta matéria é o que se refere à importação de óleos minerais, que ocupam um dos primeiros lugares na economia da importação.

Conhecem-se as dificuldades políticas que sobrecarregam estas importações. Não haverá possibilidades de reduzir ao mínimo os riscos inerentes a abastecimentos de zonas em constante alarme?

Não é este o lugar para tratar o problema, aliás já discutido pelo relator das contas. O aproveitamento de grés e calcários betuminosos e carvões asfálticos, que parecem existir em largas quantidades em Angola, com teores relativamente elevados, seria um meio de simplificar um problema de gravidade conhecido de todos. Repare-se que os combustíveis e óleos minerais (carvões e óleos) tiveram em 1957 uma importação de l 900 000 contos, que será agravada nos anos próximos com o estabelecimento da siderurgia na base do coque ou carvões importados.

Assim o consumo de combustíveis estrangeiros tende a agravar-se.

No entanto, os números revelam aumentos nas importações correspondentes às outras classes pautais, mas as cifras não têm a projecção das matérias-primas, como se nota no quadro acima transcrito.

As substâncias alimentícias acusam até uma apreciável diminuição, consequência do bom ano agrícola.

As máquinas e aparelhos e os produtos manufacturados mostram acréscimo, que não tem grande importância, o que é de admirar, sobretudo no primeiro caso.

69. As exportações reflectem dificuldades sérias de alguns produtos nacionais, muito sensíveis às cotações nos mercados externos, como, por exemplo, a cortiça, que baixou cerca de 200 000 contos.

O ano de 1956 não foi feliz para as exportações e uma vez mais veio provar a sensibilidade do comércio externo às cotações de pequeno número de produtos.

A seguir indicam-se, por classes aduaneiras, as exportações de 1957:

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Podem comparar-se as percentagens nos dois últimos anos. Houve diminuição acentuada nas matérias-primas, e já se citou uma delas. Apenas fios e tecidos viram elevar-se a sua percentagem em quantitativo apreciável - de 13,6 para 16 por cento do total -, embora não fosse de grande alcance, considerada a relatividade dos números, o aumento em valores absolutos - cerca de 155 000 contos. A diminuição nas substâncias alimentícias proveio de baixa na exportação de certos produtos, incluindo as conservas, embora em