-se que no período anterior à guerra obras extraordinárias, como a auto-estrada para o Estádio e a estrada marginal, foram financiadas parcialmente, ou em sua quase totalidade, por força de verbas especiais. Os pareceres daqueles anos assinalam e comentam este facto.
Assim, considerando a evolução do índice dos preços, o próprio aumento na extensão da rede e o desenvolvimento e intensidade do tráfego, há lugar para rever os planos financeiros nesta matéria. Aliás, a própria organização da Junta Autónoma parece requerer reforma, de modo a adaptá-la à intensidade dos trabalhos que se prevêem.
Uma reforma adequada terá de incidir também sobre os quadros do pessoal, que hoje se imobiliza longos anos em categorias de baixa remuneração, o que afasta de concursos valores que podiam exercer interessante acção numa tarefa altamente sensível na vida económica nacional.
Não se incluem as despesas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Estes arquipélagos vivem em regime especial. O Orçamento Geral do Estado contém 3750 contos como subsídio do Estado para a rede de estradas na Madeira e 18 505 contos para a rede complementar de estradas no arquipélago dos Açores.
Verbas semelhantes têm sido orçamentadas em anos anteriores e, dado o montante já utilizado até hoje, devem estar próximo do termo os planos rodoviários das ilhas.
No período pós-guerra, de 1946 a 1957, a Junta Autónoma de Estradas despendeu 2 472 983 contos, ou 2 284 686 contos, se forem excluídas as ilhas. Estas verbas referem-se a estradas.
Em pontes o dispêndio total naquele período foi de 407 693 contos. Assim, as verbas totais gastas desde os anos que decorrem a partir de 1946 elevam-se a 2 880 676 contos.
A verba despendida em estradas e pontes, num total de 2 880 676 coutos, teve a seguinte aplicação:
Às estradas do continente couberam 79,31 por cento do total e às das ilhas 6,54 por cento.
No quadro a seguir dá-se a indicação do destino das verbas utilizadas durante o período em estudo:
O exame das cifras mostra que as despesas de conservação das estradas ocupam a posição dominante, ou 43,8 por cento. A construção recebeu 35,6 por cento do total atribuído às estradas.
As percentagens só poderão elucidar a matéria num regime mais racional de despesas, isto é, se não houvesse a constante preocupação de atender aos casos mais urgentes.
Considerando o actual custo por quilómetro na construção e as tendências para melhores pavimentos, a verba da construção é baixa. Algumas estradas há importantes que requerem acabamento há bastantes anos. E deve também assinalar-se que muitas delas atravessam nonas de terreno difícil, e talvez por isso mesmo se não tivessem construído, por necessitarem de maiores dispêndios.