Pode ainda repartir-se a despesa por pessoal e outras rubricas.

O pessoal médico, de enfermagem e auxiliar e pessoal administrativo e outro despendem 52 211 contos, um pouco menos de metade do total.

Uma verba importante é a de medicamentos (17 983 contos). Subiu apreciavelmente em 1957. Esta verba, que tende a crescer com o alargamento dos serviços, virá a pesar ainda mais no futuro. Em 1957 a acção dos Serviços Médico-Sociais abrangeu 1 152 946 pessoas. Ainda este ano as receitas extraordinárias se limitaram a pouco mais de 300 000 contos, na sua maior parte formados pelo produto de empréstimos.

O nível alto, na relatividade do orçamento português, das receitas ordinárias permitiu que as despesas extraordinárias, que atingiram o máximo dos últimos dez anos, fossem pagas na maioria dos casos por força de excessos de receitas sobre despesas ordinárias, como se nota a seguir em números que se comparam com os do ano anterior, em milhares de contos:

Desviaram-se assim dos excessos de receitas ordinárias sobre idênticas despesas em 1957 perto de 1 500 000 contos.

Apenas nos dois anos de 1947 e 1948 se gastaram quantias superiores às de 1957 por força das despesas extraordinárias. Mas nestes anos o recurso ao empréstimo foi muito grande, atingindo em cada um deles quantia superior a 1 200 000 contos.

Um exame dos números que definem as receitas extraordinárias nos últimos vinte anos indica carácter errático. O seu quantitativo depende do nível das receitas e despesas ordinárias, porque o recurso ao empréstimo para pagamento das despesas extraordinárias depende das disponibilidades na conta dos excessos. Quer dizer, se fossem aplicados rigorosamente os termos da Constituição, no sentido de recorrer ao empréstimo para todos os fins por ela permitidos, os saldos de contas atingiriam cifras muito grandes.

A evolução das receitas extraordinárias desde o começo da guerra foi a seguinte:

Nas duas últimas colunas inscrevem-se os valores calculados na base do índice de preços por grosso em escudos de 1938 e 1957.

Notar-se-á que a desvalorização foi gradual, embora lenta a partir de 1950, e que se acentuou muito no período da guerra e nos três ou quatro anos que se lhe seguiram.

Discriminação das receitas extraordinárias Há sempre vantagem para quem desejar seguir a evolução deste capítulo importante das Contas em comparar os números das receitas e despesas extraordinárias processadas nos diversos anos.

E as vicissitudes orçamentais nesta matéria tornam-se mais claras quando elas se discriminam por origens. Eis a razão que explica a discriminação feita todos os anos nos pareceres.

Obtém-se assim uma ideia de conjunto numa longa série de anos.

A seguir indicam-se as receitas ordinárias e sua origem no período que decorreu desde o início da reforma financeira até à segunda guerra mundial, ou 1939.