A conta de exploração dos correios, telégrafos e telefones da província mostra que a sua principal receita é o subsídio do Estado de 5000 contos. As receitas da exploração renderam apenas 3570 contos, equilibrando as despesas, que subiram a 3219 contos. Contando com o subsídio e outras receitas menores, o saldo dos correios, telégrafos e telefones, incluindo o de 540 contos que transitou do ano anterior, foi de 6236 contos.

As receitas ordinárias da província são baixas. E, como se notou, uma parte importante provém do porto de S. Vicente (direitos de importação de óleos combustíveis) e dos serviços .autónomos (correios, telégrafos e telefones). Considerando estas duas rubricas em 1957, as receitas foram as que seguem:

As primeiras são consignadas e as últimas, as taxas de trânsito, estão em declínio. Assim, cada vez mais a província depende dos recursos internos. Há necessidade de os valorizar até ao máximo, de modo a produzirem rendimentos colectáveis.

As conservas de peixe, os frutos, os frescos para navios, o café e os oleaginosos parecem ser os produtos susceptíveis de produzir maiores rendimentos no futuro. As receitas extraordinárias limitam-se a empréstimos, saldos de anos económicos findos e, em 1957, a cobrança de lucros de amoedação. Foram as seguintes:

Os empréstimos formam cerca de 80 por cento do total, e o fundo de saldos de anos económicos findos, que contribuiu com 12 122 contos em 1957, tende a esgotar-se.

Também não é brilhante a situação no plano das receitas extraordinárias. A execução do Plano de Fomento há-de requerer maiores auxílios da metrópole. Um exame retrospectivo das receitas extraordinárias mostra que nos últimos anos os empréstimos formam uma parcela muito importante do seu conjunto.

A seguir indicam-se estas receitas para certo número de anos:

Receitas totais É possível agora determinar as receitas totais, que atingiram 124 501 contos. Mais de metade pertence às extraordinárias e cerca de 44 por cento do total são empréstimos.

Pode exprimir-se a conta da receita total da província do modo seguinte:

Deve notar-se que se não utilizou em 1957 todo o empréstimo de 31 000 contos, que devia ter sido levado à conta de operações de tesouraria, como nas outras províncias ultramarinas.

Também se deu idêntica omissão com 450 contos de saldos que não foram gastos e 734 contos de lucros de amoedação não utilizados. As receitas totais abatidas destas importâncias foram, pois, de 123 317 contos. As despesas ordinárias elevaram-se a 49 614 contos, mais 7370 contos do que em 1956. A despesa tem vindo a subir, embora pouco.

A conta no orçamento ordinário para 1956 e 1957 pode exprimir-se assim:

Querem dizer os números que, apesar da subida na receita ordinária, a diferença entre esta e a despesa ordinária foi muito menor, por virtude de a última ter aumentado bastante - mais 7370 contos.

Agravou-se, portanto, no aspecto financeiro, a situação da província.