Não é possível dar nota das obras realizadas através do Plano de Fomento e das suas repercussões na economia da província.

Em 1957 trabalhou-se nas obras das ribeiras do Paul, Torre, Jorge, Chão das Pedras, Ribeira Grande (ilha de Santo Antão), ribeira de S. Domingos (ilha de Santiago) e em outras. Além disso utilizaram-se verbas em caminhos de penetração, material, administração e fiscalização, conservação de material e mais.

No fomento florestal o consumo de verbas subiu a 1868 contos, e a 2207 contos no fomento pecuário. Nas sondagens geológicas a despesa em 1957 foi de 1798 contos.

Outras despesas extraordinárias Em outras despesa extraordinárias gastaram-se 13 178 contos em 1957.

Destes, 11 672 provieram de saldos de anos económicos findos que foram empregados em edifícios para o Liceu Gil Eanes, Palácio da Justiça na Praia, moradias, construção da Escola Técnica, compra de um avião (1100 contos), melhoria das telecomunicações e outras. O exame do emprego das receitas extraordinárias mostra que o que proveio de empréstimos, no total de 24 615 coutos, foi utilizado em melhoramentos hidroagrícolas, sondagens hidrogeológicas e comunicações e transportes. Nestas últimas, as obras do porto de S. Vicente consumiram 10 196 contos e os aeródromos 3489 contos. Em melhoramentos agrícolas, florestais e pecuários e no abastecimento de águas utilizaram-se 10 030 contos, por força de empréstimos.

O financiamento de qualquer destas obras cabe dentro do preceito constitucional, visto serem reprodutivas e assim a sua aplicação a esses fins ser legítima.

As restantes obras foram financiadas por força de receitas provenientes de saldos de anos económicos findos e lucros de amoedação.

Já acima se indicou não serem parcas as receitas desta proveniência e a diminuição do saldo da província em 1957 ainda tornará mais difícil o financiamento de obras sem reprodução económica, dado que a dívida aumentou bastante nos últimos exercícios. A .província de Gabo Verde é pobre de saldos de anos económicos findos.

O saldo de 1957 foi de 4910 contos, obtido do modo que segue.

O saldo é praticamente a diferença entre as receitas e despesas ordinárias.

Dos saldos de exercícios findos acumulados gastaram-se, até fim do ano económico de 1956, 106 668 contos, que foram utilizados nos seguintes objectivos:

Contos

Plano de Fomento e assistência .................... 3 528

Abono de família e suplemento de vencimentos ...... 3 162

Reforços de diversas verbas orçamentais ........... 8 833

Estudo dos portos e estabelecimento do plano de melhoramento da rede de comunicações terrestres e das condições fisiológicas locais ............................. 1 804

Melhoramentos hidroagrícolas, florestais e pecuários 2 563

Subsídio extraordinário aos correios, telégrafos e telefones .......................... 5 000

Há escriturados em operações de tesouraria 37 094 contos de saldos disponíveis, incluindo já o saldo de 1957.

O saldo disponível no fim de cada exercício consta do quadro a seguir: