Embora o saldo da balança de pagamentos seja superior pela importância de 4339 contos ao de 1956, o comércio esterno na província da Guiné acusa uma sensível diminuição. A balança do comércio, que acusara o saldo negativo de 512 contos depois de corrigidos os números em 1956, fechou com o saldo negativo de 26 754 contos em 1957. A diferença entre os dois anos foi da ordem dos 26 242 contos, o que é muito para um volume total de importações de cerca de 213 566 contos.

Como é conhecido, o comércio externo da Guiné vive essencialmente da exportação de mancarra e, em muito menor escala, da do coconote. Falhas de produção nestes dois produtos ocasionam crises, às vezes sérias, que influem consideràvelmente na economia da província.

As culturas mais importantes são as do arroz, da mancarra, do milho preto e do sorgo. A primeira forma a base da alimentação indígena e a segunda a base do comércio externo na exportação. Tanto uma como outra cultura ainda têm rendimentos ba ixos, de modo que um dos instantes problemas da província é o da melhoria dos rendimentos.

Parece ser possível aumentar a gama das culturas e fazem-se esforços actualmente no sentido de alargar as áreas cultivadas e introduzir novas produções, como a do algodão, e intensificar outras, como a da borracha e gergelim.

Há grande necessidade, até de ordem política, de melhorar as condições económicas da Guiné. Acontecimentos recentes fazem prever dificuldades também de natureza política que conviria reduzir ao mínimo.

Comércio externo O déficit da balança do comércio foi de 26 754 contos e resultou de dois factores: maiores importações e menores exportações, como se indica a seguir:

(Ver tabela na imagem)

As importações aumentaram de 9846 contos e as exportações diminuíram de 16 396 contos. Houve, assim, um agravamento no desequilíbrio.

Não tem sido possível obter elementos seguros sobre a estatística da província. Ainda em 1957 foi necessário corrigir os números. Há vantagens de toda a ordem em resolver este problema, que é fácil e precisa de ser visto com urgência.

A posição da Guiné, no que respeita a comércio externo, com os números fornecidos pela Direcção-Geral da Fazenda, é a seguinte:

(Ver tabela na imagem)

Na importação predominam os fios, tecidos e respectivas obras, com 66 785 contos, seguidos por manufacturas diversas, com a importação de 32 832 contos. A província importou cerca de 22 544 contos de substâncias alimentícias. A base da sua alimentação é o arroz, que consome quase integralmente.

Não parece fácil reduzir a importação. Tudo indica que a tendência é para o seu aumento.

Quanto à exportação, há possibilidades de grandes progressos. Talvez se faça melhor ideia deste aspecto do comércio externo com o conhecimento dos principais produtos exportados nos dois últimos anos:

(Ver tabela na imagem)

(a) Inclui 11 324 t do amendoim descascado, o que eleva a exportação para 42 016 t.

O total das exportações foi de 186 812 contos. Cerca de 90 por cento da exportação é formada por mancarra e coconote.