ram o saldo do ano anterior e produziram o déficit de 1957.

Ao examinar as importações e exportações com o fim de obter os termos do comércio numas e noutras, nota-se que o crescimento nas primeiras foi de 38 700 t e 403 400 contos em relação a 1956. O valor unitário, que fora de 7.091$ em 1956, subiu para 7.357$.

Deu-se o contrário nas exportações, pois que o valor unitário, que se elevara a 5.430$, desceu para 4.845$.

Duas forças adversas concorreram, pois, para o déficit: o ritmo diferente no crescimento das importações e exportações e o sentido inverso dos valores unitários.

Soo fáceis de ver os motivos: quanto às exportações, verificou-se baixa acentuada na cotação do café, neutralizada por maiores valores em diversos produtos, mas as saídas de milho flectiram consideràvelmente. Além disso, o valor unitário foi afectado pela exportação de perto de 100 000 t de minério de valor unitário baixo.

No quadro a seguir dá-se o movimento do comércio extern o em certo número de anos:

A subida nas importações, que, como os números indicam, foi de 403 400 contos, números redondos, justifica-se pelo ritmo de desenvolvimento dos últimos anos. Era e é inevitável o aumento dos consumos. O acréscimo das exportações, apesar de volumoso em peso, foi de apenas 73 737 contos, que correspondem a 88 347 t. No último quinquénio aã importações tiveram o aumento de mais de l milhão de contos (l 130 000 contos), e de perto de 44 000 t, o que representa, na verdade, desenvolvimento sensível quanto ao valor.

A última coluna indica os preços unitários. Notar-se-á a sua subida progressiva. Representa, naturalmente, o acréscimo da importação de produtos mais caros, em que sobressaem máquinas, veículos para carga e. passageiros e outros. É o sentido do progresso.

Esta tendência influencia a balança do comércio, tanto mau que a orientação nas exportações é em sentido oposto.

Principais importações As duas principais importações continuam a ser os tecidos de algodão e os vinhos.

Mas os combustíveis aproximam-se já bastante. Em 1957 os óleos combustíveis, incluindo a gasolina, importaram em 180 000 contos. A província poderia quase bastar-se a si própria nesta matéria. Os jazigos de libolites e os grés e calcários asfálticos betuminosos, situados a pouco mais de uma centena de quilómetros de Luanda, possuem reservas em quantidades que podiam dar lugar a uma indústria interessante para consumo interno e exportação.

Este problema já foi posto neste lugar e em outros escritos há anos. Desconhecem-se as razoei que impedem o desenvolvimento de tão úteis potencialidades.

7. A seguir indicam-se as principais importações:

A comparação dos números apontados com idênticos de pareceres anteriores mostra progresso em quase todos os produtos. Relacionando-os com 1956, observa-se que os tecidos aumentaram 48 000 contos, os vinhos 62 000 contos, automóveis de carga 31 000 contos, automóveis do passageiros 12 000 contos, ferro em obra 7000 contos, e assim por diante. É pena ter diminuído a importação de máquinas e aparelhos.

As importações mencionadas somam um pouco menos dá 50 por cento, ou l 632 000 contos, num total de 3 565 500 contos. Predominam nas exportações o café, os diamantes e o peixe. Todos estes produtos são susceptíveis de aumento, dadas as disponibilidades da província, e parece estar a fazer-se um esforço sério no sentido de desenvolver a cultura do café e a pesca.

Examinando o comércio externo no último quinquénio, nota-se a sua ascensão:

Angola, que especializara a sua produção em artigos de, relativamente, alto preço, como o café, o peixe, algumas oleaginosas, vai-se convertendo em exportadora de matérias-primas de valor inferior. Os minérios de ferro influenciaram em 1957 o preço unitário, que foi de 4.845$, inferior a todos os anos do quinquénio analisado.