Está em construção a primeira central do Cuanza, perto de Cambambe, por uma empresa particular com auxílio do Estado, e estuda-se a construção em Catumbela de uma nova central, para abastecimento da zona do Lobito e Benguela, onde se projecta a instalação de algumas fábricas de grande interesse para aproveitamento de matérias-primas locais, como a madeira e outras.

É sempre difícil o planeamento hidroeléctrico, em especial em países novos.

Os custos e os capitais disponíveis são a base em que devem assentar.

O caso do rio Cuanza, largamente estudado em pareceres anteriores, pode ser dado como exemplo. O rio tem enormes possibilidades de energia. Parece possível a produção, em condições económicas razoáveis, de um potencial energético da ordem dos 15 000 milhões ou 16 000 milhões de unidades, o que vai bastante além das previsões feitas, aliás sobre dados topográficos incompletos e sobre elementos hidrológicos bastante escassos.

Tão grande potencial de energia, no centro de uma região em que abundam terrenos ricos e climas que se podem considerar temperados, como os do planalto de Malanje e regiões a sul do rio, pode ser a base da formação de uma zona próspera relativamente perto de um porto bem apetrechado.

Mas insiste-se uma vez mais: a produção de energia é uma parcela do valor do rio; o povoamento da região que ele serve depende da utilização agrícola do seu vale. Economicamente, uma zona bem aproveitada para produções industriais pode exercer acção profunda na própria balança de pagamentos dentro de prazo relativamente curto e auxiliar o desenvolvimento demográfico de uma região que, convenientemente saneada, pode fixar colonos europeus. O problema da energia do rio está, pois, estreitamente ligado ao da rega e do povoamento.

Erros cometidos nos projectos de aproveitamento podem ter repercussões prejudiciais no futuro.

O estudo e planeamento da bacia hidrográfica, nos seus diversos aspectos, parece ser, pois, uma necessidade. Considerar o rio apenas na base da produção de energia é um mal que, como todos os males nesta matéria, se repercutirá desoladamente no futuro.

Os exemplos do Tenessi, do Ródano e de tantas outras experiências já feitas com êxito assinalado devem servir de norma ao aproveitamento do Cuanza. A constituição de um organismo autónomo teria sido o melhor meio de resolver este grande problema angolano.

Outras despesas extraordinárias Além das verbas acima mencionadas, há outras, incluídas na rubrica a Outras despesas extraordinárias», com projecção em muitos aspectos da vida da província. O seu quantitativo em 1957 foi de 91 625 contos.

Podem dividir-se em duas rubricas: as utilizadas em edifícios s as que dizem respeito à saúde, a estudos e, em 1957, à aquisição de um avião, e ainda mais. Nos edifícios utilizaram-se 66 191 contos, repartidos como segue:

contos

Obras novas e aquartelamentos militares........ 45 180

Juntando o que foi gasto na construção de novos edifícios (42 654 contos), por força de despesas ordinárias, obtém-se um total de 108 845 coutos, a que ainda há a adicionar verbas gastas através do orçamento do Fundo de Fomento e despesas feitas pelo orçamento dos distritos.

Higiene e sanidade e outras despesas Além do que se mencionou, ainda em 1957 se incluíram obras ou aplicações com interesse na vida social da província, entre as quais se devem mencionar as da saúde e higiene.

A lista seguinte completa o quadro das despesas:

Contos

Subsídio para aquisição de aviões ................11 000

Todas estas despesas, entre as quais avultam a sanidade e a compra de aviões, foram pagas, quanto a 28 993 contos, por saldos de anos económicos findos e, quanto a 62 632 contos, por conta de excedentes de receitas ordinárias.

Fundo de Fomento O Fundo de Fomento de Angola tem uma comissão administrativa e receitas próprias.

As suas despesas ordinárias orçamentadas em 1957 somaram 483 630 contos e pagaram-se no exercício económico 305 652 contos.

Já atrás se mencionou que na despesa extraordinária do orçamento da província se incluíram 275 201 contos provenientes deste Fundo. A verba mais importante é a da dotação do plano rodoviário, com 100 000 contos.

Considerando agora o orçamento do Fundo de Fomento de Angola, a integrar no orçamento geral da província nos próximos anos, pode dar-se um resumo da conta de 1957: