Os números que acabam de se oferecer podem ser comparados com os de 1950. Assim se obtém a possibilidade de verificar a evolução do tráfego desde o ano em que o caminho de ferro da Beira foi nacionalizado. Naquele ano, o movimento dos caminhos de ferro da província de Moçambique foi o que se segue:

A evolução do movimento de passageiros e mercadorias nos anos que decorreram desde 1950 pode, pois, sumariar-se neste quadro:

O quadro a seguir dá a ideia da evolução do' tráfego de mercadorias no período que decorreu desde 1938, em todos os caminhos de ferro, com excepção do da Beira, que nessa data era administrado por uma empresa particular:

Entre 1950 e 1957 foi aberto à exploração o prolongamento da linha do Limpopo até ò, fronteira da Rodésia do Sul, em Malvernia. Esta linha faz parte da rede de Lourenço Marques e drena uma parte das mercadorias que antes encontravam saída pelo porto da Beira e eram transportadas pelo seu caminho de ferro.

No espaço de oito anos o tráfego na rede de Lourenço Marques melhorou, em percentagem do conjunto no que respeita a passageiros - a percentagem passou de 56,9 para 66,4, mas decaiu no respeitante a mercadorias: desceu de 65,5 por cento para 57,7 por cento.

O caminho de ferro da Beira melhorou ligeiramente o seu transporte de passageiros (de 13,7 por cento para 14,8 por cento) e melhorou apreciavelmente o de mercadorias (de 29,3 por cento para 34,8 por cento), apesar da abertura do troço do Limpopo.

As outras linhas não progrediram em relação ao conjunto, visto terem diminuído a percentagem de passageiros de 29,4 para 18,8. Houve, contudo, melhoria no transporte de mercadorias de 5,2 por cento para 7,5 por cento. O transporte de passageiros e mercadorias nestas linhas, que foi de 340 000 e 660 000 t, respectivamente e em números redondos, em 1957, havia sido de 406 000 passageiros e 307 500 t de mercadorias em 1950. Talvez que a diminuição no número de passageiros seja devida à concorrência da camionagem.

O progresso é sobretudo notável na rede de Lourenço Marques. Também há progressos sensíveis nas linhas de Moçambique e Tete, a última devido ao transporte de carvão.

As restantes linhas de Gaza, Inhambane e Quelimane não mostram progressos, até quando se comparam com 1956. A de Gaza diminuiu o seu tráfego. Apenas transporta mais 10 000 t do que em 1938.

Exploração A exploração dos portos, caminhos de ferro e transportes, em 1957, produziu receitas que se elevam a l 377 500 contos, se forem incluídas as do caminho de ferro da Beira, que é administrado pelos serviços, por delegação do Ministério das Finanças. As receitas próprias do tráfego foram de l 238 900 contos.

As duas verbas maiores referem-se a caminhos de ferro e portos. A dos primeiros atingiu 745 700 contos e a dos segundos produziu 413 000 contos.

Destacam-se, pela sua importância, as receitas da rede de Lourenço Marques (430 334 contos), a do porto de Lourenço Marques (195 105 contos) e a do porto da Beira (197 616 contos).

As receitas discriminadas constam do quadro seguinte.