desejos do Sr. Presidente .do Conselho e para. estruturar a reorganização da saúde e assistência como o Pais ansiosamente espera.

As provas que já deu da seriedade com que encara a sua alta função, do ritmo de trabalho que põe em prática e que procura inocular aos diversos serviços, do conceito em que tem o ambiente da sua jurisdição, aliados a uma inteligência robusta e esclarecida e a uma vontade de boa têmpera, são elementos que justificam a confiança com que não só o corpo médico nacional, mas os funcionários da saúde e da assistência e o Pais inteiro, seguem o seu labor.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Daqui o saudamos, fazendo os melhores votos por que essas mesmas qualidades se não deixem entorpecer ou aniquilar nos liames de uma burocracia opulenta e a que devemos tantos dos nossos males.

Vozes: - Muito bem !

O Orador:-Se volto hoje a chamar a atenção para alguns daqueles problemas, é porque, recentemente, os jornais se fizeram eco de acontecimentos da mais alta gravidade em relação com o funcionamento dos serviços de saúde pública, os quais justificaram até a publicação de notas oficiosas tendentes a esclarecê-los.

Mas aquela mesma confiança de que há pouco falei obriga-me a não fazer aqui uma larga revisão da enorme série de assuntos que reclamam providências urgentes e decisivas. Sei que o novo Ministro está empenhado no estado das suas mais convenientes soluções, e, por isso, compete-me aguardar a publicação das medidas respectivas, em vez de o perturbar com sugestões .de rumos porventura diferentes daqueles por onde está seguindo.

A publicação da nota oficiosa de 22 de Março último, cujos efeitos imediatos è a distancia não desejo apreciar, impõe-me, porém, o dever de solicitar alguns esclarecimentos que reputo urgentes.

Não está também no meu propósito analis ar a constituição e o funcionamento da Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos, criada pelo Decreto n.º 30 270, de 12 de Janeiro' de 1940, e alterada pelo Decreto n.º 38 909, de 12 de Setembro de 1952, presidida por um ilustre engenheiro agrónomo e de âmbito tão largo que tem a seu cargo os adubos, o sal, os produtos agrícolas e os medicamentos. Razões com certeza muito importantes fizeram convergir no mesmo organismo produtos de proveniência e aplicações tão diferentes.

Não sei, porém, se isso ainda hoje se justifica.

Pôr hoje, Sr. Presidente, limito-me a enviar para a Mesa um requerimento pedindo a V. Ex.a se digne solicitar dos organismos de quem dependem as informações a possível urgência no envio das respostas.

Requerimento

«Requeiro que me sejam fornecidos, com a possível urgência, os seguintes elementos:

A) Pelo Ministério da Saúde e Assistência:

a)Número de farmácias existentes em cada distrito;

b)Número de funcionários encarregados da fiscalização do exercício farmacêutico e do condicionamento e venda dos produtos farmacêuticos, disposições legais ou regulamentares que a regem;

c) Número de visitas feitas em cada um dos três últimos anos às farmácias de cada distrito;

d) Número de autos levantados e sanções aplicadas por virtude de irregularidades do funcionamento das farmácias, discriminando os que foram levantados por venda de antibióticos desde 19 de Setembro de 1956 e a que se refere a nota oficiosa;

e) Número de farmácias que, em cada distrito, possuam dispositivos para manter a temperatura conveniente dos produtos biológicos;

f) Quais os produtos biológicos cuja pureza e eficácia são controlados por laboratórios nacionais oficiais; idem pelos laboratórios das próprias casas produtoras; idem por laboratórios estrangeiros;

g) Quais as condições mínimas exigidas para a autorização da ve nda e aplicação em Portugal dos diferentes produtos biológicos, em particular das diversas vacinas;

h) Número de verificações feitas sobre a actividade da vacina antivariólica após dois e três meses de ser fornecida às farmácias e quais os resultados em comparação com os do momento da sua aprovação para venda pelo Instituto Central de Higiene Dr. Ricardo Jorge. Quais os produtos biológicos para aplicação nos animais cuja pureza e eficácia são verificadas no Laboratório Central de Patologia Veterinária e quais os que carecem de verificação em laboratórios estrangeiros;

1) Lista dos medicamentos cuja venda é autorizada em Portugal e cuja verificação é feita no laboratório desta Comissão;

2) Quais os métodos analíticos oficiais para julgar da sua pureza e da sua eficácia;

c) Lista dos medicamentos não verificados em Portugal e garantias exigidas:

d) Qual a interferência técnica da Direcção-Geral de Saúde na aprovação desses métodos e no funcionamento do laboratório desta Comissão Reguladora;

e) Receita em cada um dos últimos dez anos do selo aplicado nas especialidades farmacêuticas e seu destino».

Tenho dito.

Vozes::-Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente:-Vamos entrar na apreciação das Contas Gerais do Estado e das da Junta do Crédito Público referentes ao ano de 1957.

Tem a palavra o Sr. Deputado Melo Machado.

O Sr.. Melo Machado: - Sr. Presidente: a regularidade com que são apresentadas as contas a esta Assembleia, o minucioso exame a que são submetidas, graças aos conhecimentos, ao esforço inegável, à competência e dedicação do seu relator, engenheiro Araújo Correia...

Vozes: - Muito bem!