Sr. Presidente: também a análise dos movimentos demográficos em 1957 é imprescindível para uma apreciação do estado do País.

1 O mapa que se segue, extraído das publicações estatísticas oficiais, procura dar uma visão dos movimentos naturais e artificiais da população portuguesa.

Se quisermos comparar algumas das nossas taxas com as de outros países europeus, poderíamos considerar o seguinte mapa:

A análise dos números relativos a 1957 (cf. Anuário Demográfico) permite-nos salientar: O excedente de vidas (109 710) ultrapassou o número de óbitos. Para tal resultado contribuiu não só a relativa estabilidade da taxa da natalidade (o número de nados vivos foi de 211494) como a baixa na taxa da mortalidade global;

b) Regista-se com agrado u subida da taxa da nupcialidade. Tal facto poderá indicar melhores condições de vida, constituindo, por outro lado, apoio da taxa de natalidade nos anos próximos.

Aumentou a proporção de casamentos católicos (88,63 por cento) e diminuiu a taxa de casamentos dissolvidos por divórcio (1,13 por cem casamentos celebrados).

A taxa média de cônjuges analfabetos diminuiu de 39,63 por cento, em 1941, para 21,27 por cento, em 1957.

A duração média dos casamentos dissolvidos por morte foi de 30,81 anos e o número médio de filhos nesses casamentos foi de 3,28;

c) A taxa da natalidade foi superior à de 1956, para o que contribuiu a alta de nupcialidade verificada nos anos anteriores a 1957.

No total de partos (217 168), 23 162 foram de filhos ilegítimos.

As taxas de filhos legítimos e ilegítimos, relativamente a 1000 mulheres casadas e a 1000 mulheres não casadas, foram de 116,66 e 13,63;

d) A baixa na taxa de mortalidade permite desejar que se acentue ainda mais, de forma a conseguirmos valores idênticos aos de países afins do nosso.

A taxa de nado-mortalidade confirmou os resultados de 1956: o número de nados mortos voltou a ser inferior a 8000, o valor que se não registava depois de 1920.

A taxa de óbitos por tuberculose voltou a descer, enquanto em 1938 foi de 152,78 por 1.00 000 habitantes, em 1957 foi de 58,38 por 100 000.

A mortalidade infantil e neonatal consta dos seguintes números (taxa por mil nados vivos): O total dos saldos dos passageiros com o ultramar totalizou, de 1948 a 1957, 106 547, o que representa pouco mais de 10 000 por ano e cerca 10 por cento dos nossos excedentes de vidas.

O mapa que se segue ilustra em movimentos: A emigração, voltando a atingir alto valor, contrabalançou, no movimento migratório, a redução no saldo com o ultramar.

Os números que se seguem exprimem a emigração nos últimos dez anos: