(...) do conselho de administração da Hidroeléctrica do Douro, Sr. Eng. Paulo Marques.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-A tão eloquentes depoimentos não teria eu que acrescentar agora nem mais uma palavra.

Há, porém, um aspecto de tais acontecimentos que pela sua repercussão no espirito dessa boa gente da minha região me julgo no direito e também no dever de focar aqui.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Refiro-me à impressão viva e bem vincada que eles deixaram nas almas simples e francas de toda essa gente do Leste trasmontano.

Sobre este aspecto posso depor sem receio de trair o pensamento linear e o vivo sentimento, dessa boa gente, antes interpretando-os fielmente e sem trair também o mandato de Deputado que ela me confiou.

É que a conheço intimamente e, mais do que isso, com ela e na mais perfeita comunhão tive a vivência do momento magnifico de exaltação, de fé, de esperança e de gratidão perante a afirmação incontestável de uma política de verdade, de ordem, de paz e de progresso, perante o rigoroso cumprimento da palavra dada pelo Governo de Salazar, perante a presença viva, prestigiosa e prestigiada de alguém que em si consubstancia e representa a alma da Nação, na máxima expressão da sua soberania, das suas aspirações e anseios em prol do comum...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-... a figura veneranda de S. Exa. o Chefe do Estado, Sr. Almirante Américo Tomás.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-S. Exa., pela sobriedade dos seus gestos e palavras, pela irradiante simpatia, pela serenidade e energia de vontade, pela seriedade e bondade claramente reflectidas no seu rosto aberto e franco de português de lei, logo aos primeiros contactos com o povo humilde e simples da minha região lhe conquistou a confiança, a veneração e o carinho.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Quando, vai para cerca de um ano, o vendaval de fúria e de insânia demagógicas, da triste e e subversiva campanha eleitoral das hostes da oposição ao Estado Novo, sacudiu e agitou o Pais também as almas simples dessas gentes do Leste trasmontano lhe sofreram o embate, também elas se agitaram e algumas, poucas, se perturbaram e confundiram.

Houve então alguns olhos que tanto pó levantado obscureceu.

É que ali também não faltaram as odiosas mentiras, as promessas vãs, a guizalhada truanesca.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Mas, ao fim e ao cabo, tudo o vento levou: mentiras, promessas vãs, ameaças e guizos de arlequim.

O tempo passou, a serenidade e a reflexão voltaram aos espíritos e com elas voltou a gratidão e o esquecimento.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Gratidão por aqueles para quem governar é servir devotadamente o bem comum, esquecimento e até desprezo pelos falsos profetas, pelos loucos ambiciosos, por todos os inimigos da Nação unidos no diabólico conúbio maçónico-comunista.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-É que esse povo humilde e simples tem uma alma autenticamente portuguesa, tem um carácter austero e sério, bem moldado pela influência transcendente da fé católica, pelas influências telúricas do meio em que vive: um Verão calcinante, um Inverno quase siberiano, montanhas altaneiras de face severa, largueza de planaltos, pobreza de um solo que é preciso regar com o suor do rosto para dar o pão de cada dia.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Sim. Esse povo, que é honesto e sério, não podia ficar indiferente perante o homem bom e sério que é o ilustre almirante Américo Tomás.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Ora tudo isto foi o que jubilosamente observei, quer ouvindo os vivos comentários de alguns, quer lendo nos corações de todos a baterem a uníssono com o meu.

Lembro-me bem do efeito destas palavras justas e sóbrias com que o venerando Chefe do Estado, vestindo honradamente a característica «capa de honras»

mirandesa, respondeu à saudação que lhe fora feita pelo presidente da Câmara de Miranda do Douro. Disse S. Exa.: «Nada posso oferecer, porque nada costumo oferecer antecipadamente, mas, se de mim dependerem as vossas aspirações, podeis contar com a minha boa vontade».

Sr. Presidente: na verdade, nestas palavras está inteiro esse homem sério que é o almirante Américo Tomás, e está também, em síntese, a ética de bem servir da política de verdade de Salazar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -Sr. Presidente: essa fala simples, clara e séria que acabo de referir, o povo, não só o da minha região, mas o povo autêntico de Portugal, entendeu-a e recebeu-a dignamente. Estou certo disso.

Muitas são as necessidades da boa gente da minha região e, por isso, muitos e bem legítimos são os seus anseios, as suas aspirações.

Mas esse povo, para quem o trabalho ainda é uma oração, pois benze-se sempre ao iniciá-lo, esse povo que aprendeu na dureza da vida a esperar pacientemente a época da colheita, sabe esperar confiadamente os benefícios de uma acção governativa que lhe inspira confiança, porque sabe que ela é toda devotadamente em prol do comum.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Ele bem sabe, porque os factos insofismáveis o comprovam com toda a evidência, que a Revolução Nacional continua sob a égide de Salazar, por mais que boategem, conspirem e protestem, até em ridículos abaixo-assinados, os energúmenos do diabólico conúbio maçónico-comunista.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: quando, no acto da inauguração a que me venho referindo, S. Exa. o venerando Chefe do Estado, num gesto de justiça e de gratidão, (...)