desta Assembleia Nacional. Discutiu-se larga, Longamente, com toda a objectividade e proficiência, que não, evidentemente, da minha, parte, o que nada importa. Assim a Assembleia Nacional cumpriu, mais uma vez e como, aliás, sempre o procura fazer, o seu dever.

Com imenso prazer constatei que todos estamos de acordo em reconhecer a absoluta necessidade de dar cada vez maior prestigio e autoridade à organização corporativa, de se lhe preservar, a necessária e conveniente independência e autonomia. Há que insistir sobremaneira neste ponto, pois, infelizmente, a prática parece ter vindo a demonstrar toda uma intenção contrária. Quando, verificamos que a um grémio, mesmo se as suas receitas são de apport exclusivo dos seus agremiados - o que quer dizer que as suas despesas são por eles exclusivamente suportadas -, se torna necessário obter autorização superior pura qualquer gasto, mesmo mínimo; quando os grémios se encontram sujeitos às regulamentações mais variarias e até sucessivamente contraditórias no próprio esquema de montagem dos seus serviços; quando por despacho se lhes impõe a nomeação de um simples contínuo a recair em pessoa certa; quando se lhes não consente a montagem de pequenos serviços de interesse e comodidade para os seus agremiados; quando por motivos especiosos se lhes não permite terem ao seu serviço e ao dos seus agremiados una consultor jurídico - simples exemplo -; quando a direcção de um grémio, entendendo, dever recompensar melhor os serviços de um funcionário exemplar, pede autorização para lhe dar categoria superior à que no esquema do seu quadro de funcionalismo lhe foi permitido, ou, pelo menos,

para lhe aumentar o vencimento, e se lha não concede porque, embora reconhecendo-se que esse grémio sai do comum dos seus congéneres imediatos pelo maior número de unidades industriais que o integram, se afirma que «a sua importância é bem reduzida, o que se verifica facilmente pelo número restrito de empregados verdades do sistema corporativo e, afinal e ainda; a confiança que tenho nos profissionais das actividades económicas, seja nos meus pares, já que fundamentalmente outra coisa, não sou nem quero vir a ser. Essa confiança vem do conhecimento que julgo possuir dos qualidades, melhor direi, dos sentimentos dia generalidade dessa classe e funda-se ainda numa convicção mais profunda: a de que é sempre possível superar a própria imperfeição do barro humano quando se consegue, à força de doutrinação «com a força da verdade que a anime, impor uma doutrina e acreditar um sistema. E é assim que o próprio hagiológio se compõe de humanos, que o foram, com todas as suas imperfeições, antes de serem santos.

Não é, pois, em minha opinião, com cepticismos, frios raciocínios - que, aliás e tantas vezes, as realidades e o futuro desmentem -, com desconfiança a priori que se poderá avançar. Antes, só com fé, com fé plena e incondicional, aquela que remove montanhas, que importa em riscos, afirmação - Salazar continua ainda no leme da nossa governação e, assim, poderemos descansar na justeza das suas decisões, na sua extraordinária faculdade de perfeito discernimento entre o justo e o injusto.

Por mim, confio inteiramente e antecipadamente aceito a sua decisão. Com toda a minha admiração, do fundo do meu coração de português agradecido, lhe desejo prestar, mais uma vez e neste momento, esse preito da minha incondicional confiança. E o homem que, há mais de trinta anos, todos os dias eleva uma. oração em louvor da conservação do espírito que anima a nossa Revolução, dará, com toda a humildade, graças a Deus, se Deus lhe permitiu a graça de ter emprestado as suas palavras, modestas mas sinceras e de boa fé, um pouco daquela Verdade de que Ele é o único detentor.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Não está mais ninguém inscrito para este debate, pelo que o considero encerrado.

Antes de passarmos à segunda parte da ordem do dia interrompo a sessão por cinco minutos.

Eram 18 horas e 25 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à segunda parte da ordem do dia: ratificação do decreto sobre o termo do mandato dos presidentes das câmaras.

Tem a palavra o Sr. Deputado Simeão Pinto de Mesquita.