política internacional e os efeitos da prolongada greve na siderurgia implicam, de certo modo, algumas reservas à previsão acima enunciada Tanto quanto a escassez de dados permite concluir, parece ter-se registado durante o l º trimestre deste ano uma expansão do produto industrial na Europa Oriental e na União Soviética.

À semelhança do que se verificou no ano anterior, este comportamento fui possível pela manutenção a nível adequado do aprovisionamento de matérias-primas e de energia For outro lado, a entrada em funcionamento de novas unidades industriais e as condições climáticas favoráveis verificadas nos primeiros meses do ano em curso - estas últimas reduzindo as dificuldades normais de transportes e facilitando a actividade em determinados sectores- contribuíram, também, para a expansão da produção industrial

As taxas de crescimento da produtividade parecem ter sido, no início do ano, inferiores as programadas na maior parte dos países desta área, enquanto as referentes ao emprego se supõe situarem-se a nível ligeiramente superior No entanto, a expansão da produção industrial da Polónia afigura-se imputável, na sua maior parte, ao aumento da produtividade, e na União Soviética e Checoslováquia foram excedidas, as taxas de crescimento previstas nos respectivos planos relativamente à produção e ao emprego.

Em relação à produção agrícola as perspectivas podem considerar-se favoráveis na Polónia, uma vez que, no fim de Março, as condições para as sementeiras foram consideradas as melhores dos últimos cinco anos, enquanto na Bulgária e na Roménia, em consequência do baixo nível de pluviosidade, a situação não se apresenta propícia. Finalmente, na Hungria espera-se que as condições benéficas do clima permitam compensar os efeitos desfavoráveis na produção resultantes das inevitáveis dificuldades iniciais da rápida expansão das cooperativas agrícolas. Ultimamente parecem ter-se acentuado os esforços da Europa Oriental e da União Soviética no sentido e aumentar as suas exportações, que tinham sido a principal determinante do crescimento da produção industrial no ano transacto Assim, na Checoslováquia e na Alemanha Oriental prevêem-se acréscimos de cerca de 11 por cento nos valores globais das transacções referentes ao comércio externo Por seu turno, na Hungria estão planeados incrementos de 17,5 por cento na importação e de 10 por cento na exportação e na Polónia estão igualmente previstos acréscimos, ainda que menores, nos valores importados e exportados. Os valores de que neste momento se dispõe sobre o comportamento dos diferentes sectores da economia em 1958 e durante os primeiros meses do corrente ano permitem já, ao contrário do que se verificou aquando da elaboração do último relatório que acompanhou a Conta Geral do Estado, uma análise mais completa da formação do produto nacional bruto em 1958, a sua comparação com os anos precedentes e, ainda, uma previsão do processamento da actividade económica no corrente ano e em 1960.

Todavia, deve assinalar-se que os elementos que a seguir se inserem confirmam, de um modo geral, a previsão sobre a evolução da economia portuguesa em 1958, enunciada no relatório da proposta de Lei de Meios para o ano em curso, com base nos indicadores mais significativos então disponíveis.

Em 1958, o produto nacional bruto -avaliado a preços de 1954- aumentou 791 000 contos em relação ao ano precedente Este comportamento foi essencialmente resultante, por um lado, dos acréscimos verificados na indústria transformadora e no conjunto da energia eléctrica e serviços -que em relação ao ano anterior se cifram, respectivamente, em 840 000 e 875 000 contos - e, por outro, da contracção do produto formado na agricultura, que representa uma quebra de 762 000 contos na expansão do produto global.

Origem do produto nacional bruto ao custo dos factores por sectores de actividade (a)

(Milhares da contos)

(b) Inclui a «Construção»

Nos restantes sectores não há pràticamente alterações significativas a mencionar, em consequência, nomeadamente da sua diminuta importância relativa Deve, no entanto, evidenciar-se a construção da indústria extractiva, que vem confirmar a tendência iniciada em 1954 e já referida em anterior relatório Como se verifica pela análise do quadro II, em que se apresenta a evolução do produto global e a respectiva participação dos diversos sectores a partir