Segue-se um quadro elucidativo da exportação da província, segundo as classes da pauta aduaneira e referente a cada um dos anos do quadriénio de 1955-1958:

Como se vê, além das «Matérias-primas» (onde figuram os óleos combustíveis fornecidos às embarcações aportadas a Cabo Verde) e das a Substâncias alimentícias», nenhuma outra classe de produtos justifica, pelo seu valor, uma referência especial. Era agora um quadro em que se especificam as variadas mercadorias e produtos constituintes principais das classes aduaneiras mencionadas no quadro anterior:

Conforme se constata, na maioria dos produtos exportados houve uma quebra, bastante sensível no tocante a peixe em conserva, que, em 1958, apresenta 1163 contos menos do que em 1957. Segundo informação da província, tal quebra foi devida à escassez de atum verificada, o que originou uma diminuta produção. Os mercados absorvem toda a produção e só a falta de peixe não permite um maior desenvolvimento.

Em contrapartida, sensível aumento de exportação obtiveram as bananas e a purgueira as primeiras com 910 contos mais e a segunda com 935 contos também positivos.

O quantitativo exportado de bananas aumenta de ano para ano, apresentando-se progressiva e florescente a sua cultura nas ilhas de S. Vicente e Santo Antão, muito embora as dificuldades de comunicações levantem sérios problemas ao seu escoamento para a metrópole.

Este incremento da sua cultura esta, todavia, sendo derivado de causas que, como dissemos já no nosso relatório referente às contos de gerência e exercício de I!)õ7, interessa referir, por envolverem outros produtos ainda não cultivados na província, mas susceptíveis de o serem em larga escala, vindo assim a contribuir de uma maneira apreciável para o equilíbrio da balança comercial da província

Em 1956, isto é, há dois anos portanto, duas empresas da ilha da Madeira foram à de Santo Antão comprar bananas, tendo então os seus técnicos assegurado espontaneamente que esta última ilha dispunha de enormes possibilidades para a fruticultura, pela aptidão do seu solo e do clima do arquipélago, o que levou à sugestão da criação de um organismo local de crédito agrícola, a largo prazo, com recursos fornecidos pelo Estado, e à construção de um frigorífico, a fim de desenvolver não só a cultura da banana, como também a de outros frutos tropicais de fácil colocação nos mercados metropolitanos e europeus, tais como abacates, anonas, ananases e citrinas.

A cultura da purgueira concentra-se, por sua vez, nas ilhas de Sotave nto; nas de Barlavento apenas a ilha da Boa Vista produz alguma exportável, na sua maioria em terrenos do Governo, onde todos a podem apanhar.

Pelas quantidades usualmente exportadas e pelo relativo desenvolvimento das respectivas culturas e indústria, podemos ainda citar o café e o sal, respectivamente

Em 1958 houve menor exportação tanto de um como do outra em relação a 1957. Todavia, as regressões verificadas não merecem grandes reparos, pois* que não suo avultadas nem correspondem a qualquer fenómeno extraordinário foram simplesmente devidas a circunstâncias ocasionais.

No entanto, deve frisar-se que o sal, que teve outrora grande preponderância na economia da ilha do mesmo nome, e consequentemente na da província, vê os seus mercados começai em. a diminuir, em virtude da concorrência. Actualmente, os principais compradores deste produto de Cabo Verde são a África Equatorial Francesa e o Congo Belga Porém, é de temer a perda desses mercados, em virtude de já se produzir sal em muitos pontos de África, nomeadamente em Angola.

Como complemento, segue-se um quadro resumindo a balança comercial da província em cada um dos anos do biénio de 1957-1958.