Este avultado acréscimo repartiu-se pela generalidade das mercadorias, mas são especialmente de notar os aumentos que couberam aos vinhos, ao ferro em obra, aos óleos combustíveis e à sacaria, mercadorias de que foi o principal fornecedor.

Com acréscimos mais reduzidos, salienta-se ainda que foi também a metrópole que realizou para Angola as mais avultadas vendas de calçado, azeite, leite em pó e medicamentos.

Foi nítido o avanço das importações originárias do Reino Unido, que atingiram 435 553. contos, ou seja, mais 112 029 contos que em 1957. Entre os seus fornecimentos, sobressaem os automóveis de carga, as máquinas e aparelhos industriais e o material fixo para caminhos de ferro.

Pelo contrário, os Estados Unidos reduziram as vendas para o mercado angolano em cerca de 48 000 contos. Mantêm-se, no entanto, como principais fornecedores de peças separadas para automóveis, óleos lubrificantes e automóveis para o transporte de pessoas, mas perderam o primeiro lugar, a favor do Reino Unido, nos fornecimentos de automóveis de carga. Salienta-se também a grande quebra nas suas vendas de farinha de trigo - menos 29 116 contos que no ano anterior - e nas de ferro em obra.

Os automóveis de carga e as máquinas e aparelhos industriais continuam a ser os principais fornecimentos da Alemanha, cuja comparticipação nas importações da província baixou ligeiramente. São ainda de certo vulto as suas exportações para o mercado angolano de material fixo para caminhos de ferro, ferro em obra e automóveis para o transporte de pessoas.

O conjunto Bélgica-Luxemburgo melhorou sensivelmente a sua posição em mais 35 094 contos, sendo de destacar os maiores fornecimentos de máquinas e aparelhos industriais e de material fixo para caminhos de ferro, tal como no ano anterior, 1957, foi o principal fornecedor de ferro em bruto.

Dos restantes territórios e países, mencionaremos ainda a França, com mais 32 192 contos, a Itália, cuja posição decaiu, a Suíça, que aumentou as suas vendas em 13 531 contos, e Macau, que passou a ocupar o 11.º lugar entre os principais fornecedores da província, com vendas no valor de 38 231 contos, ou seja, mais 16 309 contos do que em 1957.

Por último, assinala-se não só o desaparecimento da Venezuela como fornecedor de relevo - 8446 contos em 1958, contra 41 203 contos em 1957 -, em virtude das menores compras da província em combustíveis líquidos, e, pelas mesmas razões, a grande quebra das importações provenientes de Curaçau, como também o aparecimento pela primeira vez do Japão e da Checoslováquia como fornecedores de relevo da província. Segue-se um quadro representativo dos valores da importação ao longo de cada um dos anos do quadriénio de 1905-1958, distribuído pelas classes da pauta aduaneira:

Conforme se vê, continua a acentuar-se na importação a. preponderância da classe que engloba os aparelhos, os instrumentos, as máquinas e os veículos, cujo aumento foi de 30 por cento para 34 por cento em percentagem relativa ao total das importações havidas, respectivamente, em 1957 e em 1958.

É de notar também a redução operada na aquisição de matérias-primas, cuja percentagem em relação ao total baixou de 15,41 por cento para 12 por cento. Nas restantes classes as variações apresentadas não tiveram qualquer significado, pois que as respectivas variações são inteiramente normais.

Todavia, relativamente à variação dos preços médios, e não entrando em linha de conta com a classe de animais vivos (que não interessa à análise, pela modesta posição que ocupa), refere-se que, à parte os fios e tecidos, todas as restantes classes acusaram aumentos que se situam entre 0,2 contos e 1,4 contos por tonelada.

Como se vê, portanto, neste clima de expansão observado em An gola, os bens de equipamento, ao lado dos bens de consumo de primeira necessidade, continuam a constituir o objecto da maioria das compras da província ao exterior e, em 1958, a tendência crescente das importações não só se manteve como se acentuou de forma manifesta, embora, de uma maneira geral, mais em relação ao valor do que à tonelagem, em consequência do encarecimento do preço da tonelada dos produtos de maior representação na tabela das importações.

Achamos que a política indiscriminadamente restritiva das importações não pode ser o remédio eficaz quanto a economias em plena expansão e crescimento: é no incremento das produções destinadas à exportarão e no progresso das indústrias que se deve encontrar o remédio mais eficiente para o presente mal-estar da economia. Assim, passemos a observar o que «acontece com a exportação de Angola.

Analisemos o quadro seguinte, representativo dos principais produtos de exportação da província: