em Luanda, além do requerimento para a instalação de uma outra em Moçâmedes.

Isto é importante, se atentarmos que em 1958, só com uma única unidade, como se disse, mas em virtude do aumento de produção da mesma, diminuíram as importações desta bebida de maneira notável, passando de 4357 contos em 1956 para 565 contos em 1957 e 242 contos em 1958;

c) A ampliação da indústria de cimentes, que, pela montagem de mais uma unidade industrial, foi reflectir-se benèficamente na construção civil: em 1957 a produção de cimento progrediu regularmente em relação a 1956, mas, mesmo assim, as importações atingiram ainda 21 6721, enquanto em 1958 o incremento que se evidenciou em relação a 1957, passando de 129 000 t para 166 000 t produzidas, fez contrair as importações em 19 552 t, isto é, reduziram-nas a 2120 t.

Ora, se atentarmos em que foram fornecidas a S. Tomé e Príncipe cerca de 2000 t de cimento, vemos que a província se bastou a si própria neste particular. Finalment e, não podemos deixar de apontar, como promitentes realizações de uma nova estruturação industrial, a extracção e refinação de petróleos, de que falamos a pp. 17 e 18 do presente relatório, e a indústria de celulose, que deve contar em breve com uma instalação de grande capacidade de fabrico. Mencionaremos ainda a produção local de pneus e a montagem de uma fábrica de fertilizantes e de duas de vidro.

Em resumo:

Ao passar-se em revista o conjunto de elementos que caracterizaram em 1958 a actividade industrial da província, de novo se verifica que o surto manifestado nos últimos anos, longe de abrandar, marcou uma cadência ainda mais acelerada.

De uma maneira geral, os resultados, da produção ultrapassaram os relativos a 1957.

Com efeito, as indústrias extractivas tiveram expressivos aumentos na produção de diamantes, de minério de ferro, de petróleo, dê rocha asfáltica e de mica e no quadro das indústrias transformadoras também se deram apreciáveis acréscimos no fabrico de cerveja, de cimento, de sacaria e de álcool.

Porém, a indústria dos derivados da pesca, onde a falta de pescado durante o ano veio agravar a situação de dificuldades que persistia, teve uma acentuada quebra na produção de farinhas e de óleos de peixe. A simples referência a este desenvolvimento das indústrias existentes na província, se bem que ateste por si só uma situação de progresso, não pode, todavia, dar a exacta medida do esforço e das perspectivas que se oferecem ao sector industrial.

Para tanto há que ter presente as dimensões e o valor económico de algumas unidades fabris, que já se encontram em vias de montagem e que em breve devem iniciar a sua laboração, como, por exemplo, a de óleos vegetais. Importa também considerar a repercussão de todos os trabalhos em curso para o aumento da capacidade produtiva em outros ramos, como na refinação de petróleos e na exploração do ferro, e, de outra parte, a contribuição que vão prestar à economia de Ang ola as projectadas indústrias dos azotados, do alumínio e a exploração de fosfatos.

Resta acrescentar que, como é óbvio, a evolução destas actividades tem necessàriamente implicado o desenvolvimento dos elementos infra-estruturais.

Por isso, e com o objectivo de se oferecerem condições que apoiem o movimento e que ao mesmo tempo o impulsionem, se tem dado especial atenção na província ao melhoramento e valorização das vias de comunicação e ao fornecimento de energia eléctrica.

Basta referir que, a par do que se tem feito já, se destinam no II Plano de Fomento para o próximo ano 437 000 contos para as comunicações e transportes e 100 000 contos para a produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, contribuição esta prestada, como se sabe, na sequência de outras que possibilitaram já os grandes aproveitamentos hidroeléctricos do Biópio, das Mabubas, de Cambambe e da Matala.

Considerada a longo prazo, como, aliás, não pode deixar de ser, uma parte m uito importante do desenvolvimento industrial, admitimos implicitamente, todavia, que serão diferidos na balança comercial os benefícios totais que hão-de resultar de um mais alto grau de industrialização na província; enquanto não houver, pois, uma perspectiva segura de equilíbrio na balança comercial, parece-nos que há que continuar a evitar o seu desnivelamento pela adopção de medidas que condicionem e graduem a tendência progressiva das importações, mas que, por outra parte, não afectem demasiadamente a actividade do comércio importador e a sua intervenção no progresso económico da província.

O problema é, pois, deveras delicado e de solução melindrosa, sem embargo de tal política, por outro lado, ser susceptível de favorecer, como medida proteccionista, a instauração e expansão de certas indústrias da província. A terminar, diremos ainda, em conclusão, que averiguada que foi, como se viu nestas considerações finais, a capacidade industrial de Angola, vemos que ela está ainda longe de atingir o lugar que lhe devia competir na economia da província e que, portanto, se impõe o seu desenvolvimento no sentido de se vir a obter a necessária projecção no quadro geral das importações.

Na realidade, cremos que a industrialização de certos sectores muito concorreria para a sua redução substancial, pois o nível industrial até agora atingido na província continua a emprestar um modestíssimo concurso no quadro das exportações, quando afinal, pelos recursos potenciais que se descortinam, poderia ocupar posição muito mais favorável.

Moçambique A posição da tesouraria ao cabo de cada um dos anos do triénio de 1956-1958 está definida no quadro seguinte: